quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Jingon Bels! Jingon Bels! Nã, nã, nã nã, nããããããã!!!


 
Eu e o meu amigo Prof. Carlos Cebola, nos Cantares de há três anos
 
Isto é que vai ser um sacrifício escrever o Cloreto de Dezembro!

Não pelo jornal "O Montemorense" e colegas, que me merecem o maior respeito. Muito menos, pelos meus 10 leitores que me cumprimentam com entusiasmo sempre que me encontram, dizendo que o mês já não lhes corre bem se não lerem as minhas diatribes, quantas delas sem qualquer sentido. O sacrifício é mesmo por causa da época que atravessamos. É que o Natal é, para mim, a mais chata, a mais hipócrita e a menos verdadeira de todas as festividades religiosas ou civis que somos, praticamente, obrigados a celebrar.

Eu passo a explicar e depois calo-me porque, caso contrário, aquele cheque gordalhucho que a minha sogra me prometeu de presentinho é capaz de ser rasgado antes do dia 24 à meia- noite, como retaliação. E com a sogra não se brinca.

Ora bem. Em primeiro lugar, o Menino Jesus não nasceu no dia 25 de Dezembro; depois, não sabemos se havia lá vaquinhas e burrinhos na gruta do presépio (o Papa emérito Bento XVI anulou a vaca, lembram-se?). Também não está garantido, a cem por cento, que havia pastores e ovelhinhas a pastarem por ali, num sítio onde nem ervinhas havia; por fim, aquela cena do anjo a cantar “Glória a Deus nas Alturas…” também me parece uma situação de encomenda e coisas de encomenda é cena que não me assiste.

 Esta é só a primeira parte.

 Em segundo lugar, quando me dizem que o Natal é a Festa da Família, durante a qual todos devem estar unidos e amigos, à volta da mesa, a comerem um peru, que, coitado, nem culpa teve do nascimento de Cristo, ou a malhar umas couves e umas batatas só porque os pais, os avós, os bisavós, os trisavós, já o faziam…. É uma cerimónia que me irrita. E quem não gostar de bacalhau, como o meu vizinho de cima? E quem não gostar de couves, como o meu filho Pedro? São excluídos da família neste período festivo? Já não podem celebrar o Natal?

E ainda mais… A cena das prendas. Então, se na família gostam tanto uns dos outros, por que é que só oferecem presentinhos agora, nesta altura do ano? E, ainda por cima, eu tenho o azar de receber sempre a mesma coisa. Em vez de um belo cheque ou de umas obrigações do tesouro, toda a gente decide oferecer-me peúgas, boxers e até uma cueca fio dental. Não há paciência.

             E, finalmente, para terminar em beleza, há a questão da família. Por que é que há pessoas que são obrigados a sorrir, a cumprimentar, a receber, a estar à mesa com pessoas da família que não têm por elas a menor consideração? Não acham isto uma estupidez da maior que há? Por acaso, cá no condomínio, não é o caso, porque todos me adoram, amam e veneram… mas há por aí com cada cena fingida que é de um tipo desatar a chorar!

Pronto. Já disse o que queria dizer. A única coisa, mas a única mesmo, que eu gosto no Natal é dos Cantares ao Menino e do poema inédito que o professor Carlos Cebola escreve todos os anos para a iniciativa. De resto, para mim, é Natal todos os dias, porque todos os dias há pessoas que precisam de mim e eu preciso delas.
            E assim se passa o ano todo, num “Jingon Bells, Jingon Bells” quotidiano.

Distraídos crónicos...


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