As obras de beneficiação da Igreja da Senhora da Luz, ou Igreja do Hospital, como é conhecida, revelaram a legítima preocupação por parte da entidade promotora da obra em facilitar a acessibilidade ao espaço da igreja a todos os cidadãos portadores, ou não, de deficiência.
Era um facto que muita gente com dificuldade de locomoção, fosse por deficiência, fosse pelo peso da idade, não tinha possibilidade de assistir às cerimónias fúnebres de amigos e familiares. A rampa e a escada lateral recém-construídas vieram acabar com essa descriminação e SIM, ao contrário do que muitos saudáveis afirmam, era mesmo uma obra urgente e necessária. Os saudáveis de hoje podem ser os portadores de deficiência de amanhã.
No entanto, as boas intenções que, afinal, vêm tão simplesmente dar cumprimento ao que está legislado, poderiam ter sido concretizadas sem a parede de betão que, inesteticamente, vem obstruir parte da fachada frontal do monumento. Não teria sido uma opção mais estética a aplicação de uma estrutura em ferro, tal como existe ali ao virar da esquina, na entrada principal do Hospital de Santo André? Ou essa proposta foi colocada pelos responsáveis e rejeitada pelo IGESPAR, Instituto que gere essas questões? Se o foi não sei.
Claro que o acesso à igreja foi o principal e único objectivo da obra, e isso foi conseguido. Quanto ao resto…
5 comentários:
O IGESPAR teve alguma coisa a ver com isto? Duvido, até porque não houve qualquer tipo de acompanhamento arqueológico, algo a que esse instituto de certeza obrigaria tendo em conta que se abriram valas junto a monumento que se enquadra no centro histórico da cidade.
Pois a questão que o anónimo anterior colocou responde-se com um simples não. Passo por aquele local todos os dias e nunca vi ninguém de colete e capacete especado a fiscalizar a obra. A igreja faz parte da zona especial de protecção do centro histórico de Montemor. É um local em que se corria o risco de serem encontradas ossadas humanas e abriram-se valas à máquina! Sabe-se que a obra teve financiamento do QREN e, como tal, a toda poderosa Santa Casa da Misericórdia não precisa de se preocupar em salvaguardar o estado Património da nossa cidade e faz as coisas a seu bel-prazer. De resto, não se sabe quem autorizou a remoção das pedras de mármore da escada nem se sabe quem foi o arquitecto genial da ideia de as recolocar uns centímetros mais à frente para disfarçar. Mas gostaria que tivessem ficado entulhados debaixo daquele muro, como uma espécie de homenagem aos construtores da Grande Muralha da China... Eu quero ver quando chegar a altura de sair um cortejo fúnebre e as pessoas que carregam com o caixão não conseguirem passar no espaço entre as paredes... Acho que nem com um carrinho se safam.
Bem, segundo fonte segura, parece que houve autorização do IGESPAR e da Câmara para a realização da obra e a solução final até nem era a pior. Aonde agora estão recolocados os degraus antigos, haveria uma escadaria nova em granito. Oh well...
Atentei nos três comentários aqui produzidos até à data e reparei que nenhum tem ponta por onde se lhe pegue. Que pena… Podia até ser um bom motivo para se falar de arquitectura ou de urbanismo, ou de urbanidade. Contudo…
Leonardo da Vinci
Quem teve a ideia de fazer um mamarracho daqueles? Aquilo não tem ponta por onde se pegue, e ainda mais no centro histórico...o Arquit(onto)ecto deve ser algum que tirou o curso com o Sócrates....
Enviar um comentário