Os milhares de professores que acabaram de ficar sem emprego são
a consequência de uma prolongada política de erros crassos que, mais tarde ou
mais cedo, tinha de dar nisto. Pode parecer uma enorme alarvidade da minha
parte mas o problema começou ainda antes do 25 de Abril, quando toda a gente
podia ir para o ensino. Muitos jovens, com o 7.º ano dos liceus (actual 11.º
ano), iam dar umas aulas enquanto não arranjavam um emprego “a sério”! De há
uns anos a esta parte, felizmente, isso não acontece. Pelo contrário, a grelha
apertou de tal forma que até professores com 10 ou 15 anos de serviço, com uma
prática excelente e apaixonada, acabaram agora de ficar sem emprego.
Que se faça
uma avaliação docente correcta e justa dos docentes, diferente da última que
fomos obrigados a cumprir, e se conclua quem são os paraquedistas e quem são os professores de carreira, que levam a
coisa a sério e se preocupam, de facto, em transmitir conhecimentos. Talvez
assim estes despedimentos fossem menos injustos.
4 comentários:
Desculpa, João, mas desta vez não concordo contigo. Eu fui uma das "paraquedistas" que entrou no sistema antes do 25 de Abril da forma como descreves, mas não consigo sentir-me "culpada" pela situação que agora vivemos e que afeta não apenas os que, neste momento, estão a ser "demitidos", mas também todos nós de uma forma muito "dolorosa". Talvez porque eu não entrei de forma transitória à espera de outra coisa e como tal "investi" na profissão...
Quando à avaliação, sim, se ela fosse uma verdadeira e credível avaliação do desempenho, e usada como critério de seleção, talvez o sentimento de "injustiça" fosse substancialmente reduzido.
Quando, nesse tempo, foste minha professora, percebeu-se, peloa forma como nos ensinavas, que não estarias ali "de passagem". E assim foi.
Caro professor parece-me transparente como água, que num País com uma população cada vez mais envelhecida e com um numero cada vez mais reduzido de nascimentos, o numero de professores no desemprego terá sempre tendência a aumentar. Quando há fartura chega para todos, quando não há....
Abraço
Alfredo
É um facto que temos de aceitar, Alfredo.
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