Deixei de fumar vai para 13 anos. Tornei-me, de um dia para o outro, na inveja de muitos amigos fumadores inveterados que, por tudo e por nada, andavam de tocha acesa - porque estavam nervosos, porque estavam descontraídos, porque já tinham jantado, porque era a hora do café, porque ainda não tinham almoçado, porque lhe ofereceram, porque cravaram, porque sim. Eu também era assim. Era, mas já não sou. Vai para 13 anos.
E como consegui esta proeza que muitos tentam com toda a gana, acabando por claudicar nos primeiros dias? Deixei de fumar por ciúmes. Exactamente: por ci-ú-mes!
Leiam, então, atentos e de respiração suspensa (mas sem exagerar) o raciocínio que me levou a tomar uma das decisões mais importantes da minha vida: se os que fumam morrem mais cedo do que os que não fumam (as excepções não contam), então eu, que fumo que nem uma besta, arrisco-me seriamente a morrer muito antes da hora prevista (lá para os noventa e tal, segundo as minhas contas). Se eu sucumbir dentro de meia-dúzia de anos, vítima de uma das muitas doenças provocadas pelo tabaco, a minha fofa, que ainda é uma rapariga nova e bonita, acabará, quatro ou cinco breves lágrimas depois, por recasar. Tenho, pois, de adiar o mais possível a vinda desse tipo (que eu não conheço, mas que já odeio) cá para casa. Onde quer que eu estivesse, não iria aguentar.
(Não há fantasia mais perversa ou pensamento mais arrepiante do que imaginar um desconhecido - ou mesmo conhecido - sentado no meu sofá, a ler os livros que fui coleccionando ao longo de 40 anos, a folhear a minhas partituras, a ouvir os meus vinis ou a maltratar o meu velho piano, companheiro fiel de muitos momentos de introspecção.)
E como consegui esta proeza que muitos tentam com toda a gana, acabando por claudicar nos primeiros dias? Deixei de fumar por ciúmes. Exactamente: por ci-ú-mes!
Leiam, então, atentos e de respiração suspensa (mas sem exagerar) o raciocínio que me levou a tomar uma das decisões mais importantes da minha vida: se os que fumam morrem mais cedo do que os que não fumam (as excepções não contam), então eu, que fumo que nem uma besta, arrisco-me seriamente a morrer muito antes da hora prevista (lá para os noventa e tal, segundo as minhas contas). Se eu sucumbir dentro de meia-dúzia de anos, vítima de uma das muitas doenças provocadas pelo tabaco, a minha fofa, que ainda é uma rapariga nova e bonita, acabará, quatro ou cinco breves lágrimas depois, por recasar. Tenho, pois, de adiar o mais possível a vinda desse tipo (que eu não conheço, mas que já odeio) cá para casa. Onde quer que eu estivesse, não iria aguentar.
(Não há fantasia mais perversa ou pensamento mais arrepiante do que imaginar um desconhecido - ou mesmo conhecido - sentado no meu sofá, a ler os livros que fui coleccionando ao longo de 40 anos, a folhear a minhas partituras, a ouvir os meus vinis ou a maltratar o meu velho piano, companheiro fiel de muitos momentos de introspecção.)
4 comentários:
abençoados ciúmes :)!!!
para logo, tudo de bom :)!!! lá estarei!
abreijos,
vovó Maria
Vai com sorte por ter direito a quatro ou cinco lágrimas breves. Há quem se tenha que amanhar com duas ou três, mas... semifusas.
Abraço
Julgava-te arrumadinho, pá. Subis-te na minha consideração, pá. Nada como uma boa "desarrumação" para sabermos onde se encontra tudo: Só há que não as deixar mexer...
E se quiserem mexer, façam elas uma desarrumação igual para depois mexerem à vontade. Aliás, é um dos vícios mais giros que elas têm: desarrumar para depois arrumar. Eu não. Quando desarrumo é para ficar assim. Aqui não mexem, não senhor.. Nem a brincar. Abraço, Kalikas
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