A história do telemóvel já enjoa. A aluna foi transferida, o operador de câmara foi transferido e a professora ficou doente. Depois da divulgação na Net e nas televisões, já se andava a gritar por aí que as escolas do país estavam entregues à bicharada. Cá para mim, a televisão e o resto da comunicação social ajudam a estupidificar o povo que, sem qualquer ajuda, já não anda muito católico. Os sindicatos também dão a sua mãozinha e, quando falam do caso, até parece que foi a Ministra da Educação que mandou a aluna desatar aos berros feita histérica e malcriada.
Penso que devem ficar esclarecidos, de vez, alguns pontos ainda meio desfocados. Primeiro, aquela professora não representa os professores do país (era o que mais faltava); segundo, aquela aluna não representa os alunos do país (nem eles queriam); terceiro, a Escola Carolina Michaëlis não representa as escolas do país (estaríamos todos nos psiquiatras – pais e professores); quarto, os pais que educam aquela filha com tanto esmero não representam os pais do país (safa!).
Depois, é fundamental apurar as responsabilidades. Primeiro, a aluna não devia ter o telemóvel ligado na aula; segundo, a professora não deveria ter-lhe tirado o dito; terceiro, o puto que filmou não devia ter filmado; quarto, os outros alunos deveriam ter adoptado um comportamento diferente do de um bando de bestas quadradas, de baba aos cantos da boca, a gritar por sangue.
Ora bem, se a aluna tem 15 anos e poderia não atingir as consequências deste acto (é jovem, e tal…), já a professora, quase à beira da reforma, deveria ter tido um pouco mais de sangue-frio (mais juízo, em linguagem que se entenda) e jamais deveria ter-se permitido entrar em confronto físico com a rapariga. Se a aluna se recusava a entregar-lhe o aparelho, a professora só tinha de fazer uso do que a lei lhe permite: expulsar a aluna da sala, com marcação de falta e participação por escrito ao Director de Turma. Se a aluna se recusasse a sair, saía a professora alegando falta de condições para continuar o seu trabalho. Uma confusão de empurrões e agarranços, dá cá o telemóvel, não dou (num tom duas oitavas acima do dó central) foi a solução menos inteligente.
E quanto às transferências... Acho que houve ali uma precipitaçãozinha por parte dos órgãos directivos da Carolina Michaëlis. Na minha perspectiva, há sempre uns canteiros na escola que precisam de ser cuidados, salas que precisam de ser varridas, há sempre trabalho a fazer no bar, na cozinha ou na cantina. Serviço cívico durante um ou dois meses. Para as duas. Para a professora e para a aluna. As duas em perfeito trabalho de equipa. E o realizador de cinema? Esse ia fazer estágio para a TVI e seria obrigado a fazer filmagens das sessões do Parlamento durante o resto desta legislatura.
Penso que devem ficar esclarecidos, de vez, alguns pontos ainda meio desfocados. Primeiro, aquela professora não representa os professores do país (era o que mais faltava); segundo, aquela aluna não representa os alunos do país (nem eles queriam); terceiro, a Escola Carolina Michaëlis não representa as escolas do país (estaríamos todos nos psiquiatras – pais e professores); quarto, os pais que educam aquela filha com tanto esmero não representam os pais do país (safa!).
Depois, é fundamental apurar as responsabilidades. Primeiro, a aluna não devia ter o telemóvel ligado na aula; segundo, a professora não deveria ter-lhe tirado o dito; terceiro, o puto que filmou não devia ter filmado; quarto, os outros alunos deveriam ter adoptado um comportamento diferente do de um bando de bestas quadradas, de baba aos cantos da boca, a gritar por sangue.
Ora bem, se a aluna tem 15 anos e poderia não atingir as consequências deste acto (é jovem, e tal…), já a professora, quase à beira da reforma, deveria ter tido um pouco mais de sangue-frio (mais juízo, em linguagem que se entenda) e jamais deveria ter-se permitido entrar em confronto físico com a rapariga. Se a aluna se recusava a entregar-lhe o aparelho, a professora só tinha de fazer uso do que a lei lhe permite: expulsar a aluna da sala, com marcação de falta e participação por escrito ao Director de Turma. Se a aluna se recusasse a sair, saía a professora alegando falta de condições para continuar o seu trabalho. Uma confusão de empurrões e agarranços, dá cá o telemóvel, não dou (num tom duas oitavas acima do dó central) foi a solução menos inteligente.
E quanto às transferências... Acho que houve ali uma precipitaçãozinha por parte dos órgãos directivos da Carolina Michaëlis. Na minha perspectiva, há sempre uns canteiros na escola que precisam de ser cuidados, salas que precisam de ser varridas, há sempre trabalho a fazer no bar, na cozinha ou na cantina. Serviço cívico durante um ou dois meses. Para as duas. Para a professora e para a aluna. As duas em perfeito trabalho de equipa. E o realizador de cinema? Esse ia fazer estágio para a TVI e seria obrigado a fazer filmagens das sessões do Parlamento durante o resto desta legislatura.
3 comentários:
Amigo!
nem mais.
ainda há dias, em conversa, fiz os mesmos reparos.
abreijos,
vovó Maria
Este caso, apesar da gritaria duas oitavas acima do dó central, provoca bem mais o dó geral e não justificava a transformação da (malcriada) miúda em ré. Esperemos que todos os intervenientes caiam em si...
Todos merecemos um lugar ao sol, onde, a não podermos atingir a harmonia, pelo menos haja paz.
Lá como fá, perdão, cá.
Abraço
P.S. (digamos assim...) O apagamento do comentário anterior é da minha autoria e deve-se apenas a tótózice informática.
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