Deixámos de ter políticos à altura. Perderam o carisma e dizem aquilo que não sentem, perante um país que já se ri por causa de tanta barbaridade. Temos linhas orientadoras de Bruxelas muito rígidas e isso vai servindo de desculpa para lançarem o país numa viagem sem retorno. Não há dinheiro para nada, excepto para os aeroportos, para as pontes e para os TGVs que nos vão custar dias de agonia, apresentados que foram como medidas urgentes e imprescindíveis, fazendo lembrar a febre da construção dos estádios de futebol, há uns anos, por causa de um certo campeonato europeu. Querem fazer um Portugal moderno para que fique bem nas fotografias de família na Europa dos 27 (ena, tantos!). Lá teremos de pedir que façam uma fotografia tamanho gigante para tapar as misérias que vamos colmatando com peditórios sazonais para quem precisa e para esconder o descontentamento de quem desfila pelas avenidas com reclamações mas que, graças à surdez cómoda de quem nos governa, não encontra nem respeito nem resposta. Pensando bem, o que são meia-dúzia de indivíduos sem tecto, a morrerem ao abandono nas noites de Lisboa, se temos um país “moderno e atento aos desafios”? Que peso tem o facto de um milhão de idosos em Portugal viver com o rendimento mínimo garantido, se os milhões que se vão gastar com o TGV vão ser bem aplicados e com sentido de oportunidade?
Deixámos de ter políticos à altura. Eu sei que os Mários Soares, os Álvaros Cunhais e os Sá Carneiros também tiveram falhas e cometeram erros, mas galvanizavam multidões, tinham classe, apresentavam numa oratória invejável as suas ideias e os seus projectos, falavam ao povo sem perder o sentido de Estado. Os portugueses acreditavam neles… para o bem e para o mal. Agora recusamo-nos a ouvir o que os de hoje têm para dizer porque sabemos que nem eles acreditam naquilo que papagueiam.
Já não há políticos à altura. Eu reformulo: Agora já não há políticos. Há profissionais da política a usarem os cargos como trampolim para tachos grandes, gordurosos e vitalícios. Sabem porquê? Porque quem quer não sabe e quem sabe não quer. É como o que se vai passando em alguns partidos da oposição e que nunca mais serão alternativa ao poder vigente. E, se calhar, ainda bem.
E não estou a falar do PSD.
Deixámos de ter políticos à altura. Eu sei que os Mários Soares, os Álvaros Cunhais e os Sá Carneiros também tiveram falhas e cometeram erros, mas galvanizavam multidões, tinham classe, apresentavam numa oratória invejável as suas ideias e os seus projectos, falavam ao povo sem perder o sentido de Estado. Os portugueses acreditavam neles… para o bem e para o mal. Agora recusamo-nos a ouvir o que os de hoje têm para dizer porque sabemos que nem eles acreditam naquilo que papagueiam.
Já não há políticos à altura. Eu reformulo: Agora já não há políticos. Há profissionais da política a usarem os cargos como trampolim para tachos grandes, gordurosos e vitalícios. Sabem porquê? Porque quem quer não sabe e quem sabe não quer. É como o que se vai passando em alguns partidos da oposição e que nunca mais serão alternativa ao poder vigente. E, se calhar, ainda bem.
E não estou a falar do PSD.
2 comentários:
ao tempo que já me alistei a este seu "coro"!!!!!.......
abreijos
vovó Maria
Faz agora 50 anos que o General Humberto Delgado quis um país com um povo feliz. Tivemos azar. Fizeram-se nestes dias umas cerimónias na Assembleia da República, no Porto, em S.ta Apolónia e, passados estes anos todos, sentia-se em cada uma delas receio e desconfiança: olhares...
E o inacreditável não é propriamente isto, mas a ausência, o não se saber o que o Sr. representa, o que se passou em 14 de Maio de 1958 no Porto e em 16 em S.ta Apolónia, a desgraça em que caímos com a nossa conivência.
Só espirramos quando estamos bem apertados, muito bem apertados; e esta malta dos governos estão quase a conseguir constipar-nos. Aguardo ansiosamente pelo dia. Não porei a mão à frente da boca.
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