Há uns anos (30?) vi e ouvi, na televisão, Leonard Bernstein interpretar a famosa
Rhapsody in Blue, uma composição musical do americano George Gershwin (1898-1937) para piano e banda de
jazz, escrita em 1924. Mais tarde, comprei a partitura e resolvi estudar umas partes por outras. Fiquei hipnotizado pelos novos sons que aquele texto musical me obrigava a retirar do piano. A extrema dificuldade de execução de muitas passagens (aquilo não é para amadores) levou-me a pô-la de parte. Recentemente, graças à Internet e a essa maravilha da bisbilhotice global chamada Youtube, vi e ouvi, enquanto ia lendo a partitura,
Gershwin a interpretar a sua própria composição, considerada uma das peças de concerto mais populares de todos os tempos. Pensei, ainda de ouvidos arregalados: “Não é possível repetir este momento”. E fiquei-me com esta.
Acabei de chegar a casa, vindo do Cine-teatro Curvo Semedo, depois de ouvir a Banda de Lavre a acompanhar Mário Laginha ao piano nesta peça magistral. Confesso que, antes do início do concerto, enquanto me sentava no meu lugar, pensei com alguma malícia: “Sempre quero ver como vão os músicos resolver este problema.”
Mas resolveram. Magistralmente. Há, pois, momentos que se repetem. Com o maestro Fernando Palacino no seu melhor. Parabéns (mais uma vez).
2 comentários:
Bem... mais uma vez, obrigado pela sua análise sempre atenta e bagagem cultural surpreendente. De facto, foi mais uma noite inesquecível. Lavre tem muito que se orgulhar da sua Banda! Fantástico!
Tenho tido a oportunidade de acompanhar do trabalho do maestro Fernando Palacino ao longo dos últimos 13 anos e posso dizer que o resultado a que assisti no sábado em Montemor-o-Novo é apenas o resultante da atitude, gosto, profissionalismo e carácter que o maestro Fernando Palacino sempre me habituou. Um bem haja para ele pois bem o merece.
Fernando Ramos
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