Os portugueses têm a fama de encararem as situações críticas com muita calma, assim do tipo “a gente logo vê o que há-de fazer quando for altura”. Pois eu acho que esse laissez-faire laissez passer, com que nos querem caracterizar, não corresponde, de forma alguma, à verdade. Afonso Henriques foi a primeira prova disso mesmo, transformando-se, com mais ou menos lenda, no primeiro protagonista de uma viragem na História deste território onde hoje vivemos. Depois, ao longo da nossa História, houve outros que lideraram o povo quando este, em momentos de enorme sofrimento, em situações de profundo desrespeito pela sua integridade como pessoas e como nação, sentia que já não podia mais. Depois, houve Abril, a derradeira prova, que me lembre, de que, em situações extremas, há sempre uma solução para dar volta a questões complicadas.
Há uns tempos a esta parte, Portugal e a Grécia têm andado nas bocas do mundo pelos motivos financeiramente mais terríveis. Os gregos vão para as ruas e fazem aquilo que as televisões têm mostrado. Os portugueses, fazendo jus à sua fama (com a qual eu não concordo), ficam em casa, de pantufas, nas calmas, a ver onde param as modas. E por cima deles passaram, nesta última década, Guterres e Barroso, Santana Lopes, Sócrates e Passos Coelho, para não falar de dois inócuos presidentes da república que levaram os seus mandatos a fazer discursos com base no nhã-nhã-nhã, nhã-nhã-nhã, e tal e mánasêquê. E eles, nós, os portugueses, sem tugir nem mugir, chupados até ao tutano.
As estratégias governamentais para reduzir as despesas e para cumprir o combinado com os troikos estão a asfixiar a classe média e a estrangular definitivamente os grupos sociais com menos recursos. Os cortes constantes nos salários, o aumentos do IVA, o aumento de outros imposto só podem levar muitos portugueses à ruptura financeira. Neste grupo não estão, naturalmente, muitos governantes e ex-governantes (como está senhor Vara? Como vai senhor Pina Moura? E o senhor, como se encontra, senhor Dias Loureiro?) que olham o futuro pessoal sempre com muito optimismo.
A Oeste nada de novo. Por enquanto. Não sei o que poderá acontecer, quando quisermos pôr pão na mesa e os nossos governantes não nos permitirem esse gesto tão natural como necessário.
Eu digo que não sei… mas sei. E o meu caro e paciente leitor também sabe.
3 comentários:
tirem-me daquiiiiiii!!!
beijocasssss
vovómaria
E o sr Mexia, que recebia em 2009 o equivalente a 250 pessoas num mês? Será que está debaixo da ponte a viver numa caixinha de cartão?
Será necessário um novo 25 de Abril, mas com uma nova data histórica, e desta vez não poderá ser feito com cravos, mas sim com material bélico e perfurante.
Consta na história que à muitos anos atrás, num de muitos encontros entre Álvaro Cunhal e Fidel Castro, o Cunhal gabou-se que em Portugal se tinha feito uma revolução sem haver mortos e feita com cravos, e que em resposta Fidel lhe disse que uma revolução sem mortes não levaria a lado nenhum e que daqui a uns anos o povo se haveria de ver em muitas dificuldades (isto para não usar uma palavra começada pela letra f) com a direita e os seus "capachinhos" (leia-se capitalistas).
Actualmente poderemos constactar que Fidel Castro não poderia estar mais certo na resposta dada a Álvaro Cunhal, pois estamos cada vez mais f*****s pela direita e pelos senhores do capital.
Haja coragem para mudar o rumo dos acontecimentos.
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