Sem querer transformar este Cloreto num
Panteão Local, não posso deixar de recordar Manuel Justino Ferreira, que
desapareceu fisicamente do nosso convívio há dez anos. Porém, continua vivo o
poeta, o músico, o encenador, o actor, o inventor de histórias, o contador de
anedotas, o acompanhador de fado, o homem da noite e dos amigos e um louca e
eternamente apaixonado pela Torre do Relógio. Também ele marcou gerações,
instituições e colectividades com o seu inesquecível talento e jeito peculiar
de ser e de estar.
O Manuel Justino nunca foi um homem
de teres e haveres. Foi sempre o homem das palavras escritas, das palavras
ditas e, quantas vezes, das palavras malditas. Foram essas as que mais me
cativaram.
Um abraço cheio de saudade.
P.S.: Nestes dez anos, nos encontros com o teu filho Manuel Henrique, com o
Leopoldo Gomes ou com o Manuel Filipe Vieira, o teu nome vem sempre à baila,
por este ou por aquele motivo, ou só porque sim, porque temos saudades dos teus
momentos de grande humor e da escrita tão terna quanto provocadora. Desculpa
tratar-te por tu, mas sinto-me assim mais próximo da tua poesia e do espaço
onde agora habitas. O pessoal também te manda um abraço fraterno.
Sem comentários:
Enviar um comentário