quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Tá bem, abelha!


 
 
Este mês quase não havia Cloreto. Na onda de greves que houve por aí, e pensando nas que hão-de vir, decidi fazer greve à escrita, já que, por muito que se escreva, ninguém leva a sério o que as palavras promovem. Mas a secretária de redacção deste jornal, atenta às faltas e aos atrasos dos mais distraídos (os jornais não se fazem com grevistas), enviou-me uma mensagem que me despertou para a vida: “Ou envia o Cloreto HOJE (dia 16) ou é despedido com justa causa!”

A minha vida foi, desde sempre, orientada, condicionada, comandada, leccionada, protegida, abençoada por Mulheres de armas – com três cês no cognome: corajosas, competentes e carinhosas. Contudo, intransigentes. Dezenas delas passaram por mim ao longo destes anos e fizeram de mim o que sou hoje: as minhas Avós, a minha Mãe, a minha Professora Primária, as minhas muitas Professoras do Ciclo, da Secundária, da Universidade de Lisboa e de Évora, a minha Editora, manda-chuva da Tágide, empresa editorial que publica os meus contos de Vila Nova, as minhas trinta e tal Coralistas, pacientes e brutalmente amigas, a minha Mulher, a minha Filha, a minha Sogra, as Cunhadas, as Tias e as Primas e a… Secretária deste jornal que continua, pacientemente, à espera das minhas divagações mensais… nem sempre muito católicas.

Os directores, os directores adjuntos, os presidentes, os doutores e engenheiros, os administradores, os patrões, os líderes, os cronistas e os jornalistas, os repórteres, todos importantes, altamente vaidosos do seu papel de gestores, de informadores, de chefes, inchados com os títulos académicos e com os cargos, vistosos nas suas palavras e nas suas gravatas sempre na moda… destes todos, nenhum teria visibilidade, nenhum veria a luz do dia, nenhum seria conhecido na rua, sem a gestão profissional que Maria Manuel Casa Branca, com o apoio de algumas colaboradoras, faz do espaço e dos muitos escultores da palavra e da notícia que mensalmente colaboram em cada edição. Por isso, este mês, é duplamente graças a ela que estão a ler este pequeno tributo.

 E hoje não escrevo mais. A crise é o que se sabe, os ladrões andam por aí prontos para levar as galinhas, as raposas continuam a ser nomeadas responsáveis pelos galinheiros e o Governo está prestes a dar de frosques, cada vez mais débil e impotente. O que podemos nós esperar mais? Aguardemos, atentos, e vamos poupar nas palavras, porque não sabemos quando é que elas nos vão ser mais precisas. Não deverá faltar muito.

 ……………………………………
 
             “Ou envia o Cloreto HOJE (dia 16) ou é despedido com justa causa!”, li eu na desesperada mensagem, hoje de manhã.

Tá bem, abelha! E depois? Como é que iriam ocupar a quase meia página mensal de texto inteligente que eu lhes proporciono? Como iriam ficar a par das idiossincrasias da minha fofa, a quem dei hoje merecida dispensa? 

Até para o mês que vem. (Espero.)

 

3 comentários:

Anónimo disse...

Ok, espero estar nessa vasta lista de atentos(as). Bjs
HR

Anónimo disse...

Nunca deixes de escrever!
Ficamos muito mais cultos e por vezes até aliviamos a "BELA" vida que se tem.

Beijos

Fatinha

FAZENDO ARTE disse...

Gostei do seu blog,
aguardo sua visita
abraço Leila

Distraídos crónicos...


Contador de visitas

Contador de visitas
Hospedagem gratis Hospedagem gratis

Arquivo do blogue

Acerca de mim

A minha foto
Montemor-o-Novo, Alto Alentejo, Portugal
Powered By Blogger