quarta-feira, 13 de março de 2013

Boa sorte, Francisco!


 
A demissão de Bento XVI foi o sinal mais visível da crise de identidade que leva a Igreja Católica a viver agora a fase mais conturbada da sua existência na era moderna. Quem conhece a história da Igreja e, em particular, as lutas pelo poder Temporal, protagonizadas por Papas e candidatos a Papa, não encontra motivos para grande admiração. Lutas pelo poder, golpes palacianos, escândalos, quantos deles estrategicamente abafados, sempre os houve. Afinal, os misteriosos habitantes do Vaticano são homens, ainda que escondam os seus defeitos, perfeitamente humanos, sob a batina cardinalícia, outrora uma protecção e um sinal de intocabilidade, atrevo-me a escrever, de uma quase santidade antecipada.

Nos dias que correm, e à imagem do que aconteceu quando a Europa se cobria tragicamente com as trevas da Idade Média, e trazidos à luz do dia os escândalos que envolvem membros do clero católico, os defensores da Igreja de Roma preparam-se agora para manifestar a sua fidelidade ao próximo descendente de São Pedro. E, quanto mais telhas de vidro aquele tiver, e, consequentemente, mais difícil for a sua defesa diante dos seus pares e, sobretudo, perante o mundo dos comuns mortais, mais forte será a união entre aqueles que querem continuar a pertencer à força religiosa, aquela que continua a ser política e socialmente mais influente na Europa dos nossos dias.

Uma coisa é certa: depois da demissão histórica de Joseph Ratzinger, atitude inesperada (ou talvez não), cujos contornos não são, de todo, visíveis, vai ser tão difícil ser Papa reinante, como servo obediente. Por isso, boa sorte, espírito aberto e coragem, Papa Francisco, para fazer da sua Igreja um exemplo incontornável de transparência e de tolerância!

2 comentários:

sagitario disse...

diziam os misticos que seria o último Papa da igreja, pelos vistos o misticismo não adivinha nada, mas as religiões continuam a comandar o mundo, pode mudar o Papa, mas a Igreja Católica não mudará mesmo, eles são demasiado poderosos para quererem fazê-lo.

No entanto as pessoas cada vez mais se agarram a qualquer coisa para sobreviver e acreditam mesmo que o Céu é o limite, claro que as igrejas sabem disso e o negócio está garantido...

Anónimo disse...

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, e quem não acompanha definha!

Pode ser que o novo Papa consiga pôr a igreja a para da sociedade atual. Vai ser dificil.

Distraídos crónicos...


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