O país
continua a ser levado para um buraco sem fundo. Há crianças com fome que acorrem
com mais frequência às cantinas escolares. O desemprego aumenta todos os dias
assustadoramente. Há casas que deixam de ser pagas aos bancos. Há famílias a
mudarem-se para habitações mais modestas, outras que passam a viver com os pais
outra vez. Muitos sentem a espada sobre a cabeça, sem saberem se, no dia
seguinte, têm emprego, se têm pão para dar aos filhos. Muitos jovens abandonam
a nossa terra, o nosso país, porque nada podem fazer aqui. A incerteza mora na
mente de todos nós. Porque temos pais. Porque temos filhos. Porque temos de
viver com dignidade. E ainda me dizem que andámos a viver acima das nossas
possibilidades? Esses bandidos é que andaram a viver acima das MINHAS possibilidades. E se fossem barda... dar uma volta ao bilhar grande?
Ideias velhas, recicladas a bem do ambiente intelectual português. (E algumas intimidades partilháveis)
sábado, 20 de abril de 2013
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4 comentários:
Pois é, João. Nunca me senti tão triste com o meu país e tão insegura quanto ao futuro dos meus filhos, da minha neta e até do meu (quem diria?).
O que mais me choca é neste país não haver justiça, com os ladrões todos cá fora a gozar. Só prendem (quando prendem) o peixe miúdo.
Também me impressiona o à vontade com que o Sócrates, que nos ajudou a meter nesta embrulhada, vem mandar bocas para a TV. Não vejo os comentários dele, mas leio nos jornais. É preciso ter lata ...
Um bj.
T. F.
Não os mandes bardamerda, senão até isso entre em crise...
Já imaginaste o que seria se baixassem o "rating" da merda qu por cá se faz? Onde e como se defecava? Quanto se pagaria para ter direito a essa necessidade fisiológica? Consegues imaginar esses gajos atolados numa merda cara para os contribuintes?
João, manda-os emigrar...
Ao longo de décadas, fomos embalados, em Portugal, como na maior parte do Mundo, por cantos de sereia e promessas de rios de leite e mel. O crescimento económico mascarou até agora a falta de desenvolvimento, enfraqueceu a democracia e participação dos cidadãos na vida colectiva. As formigas que no carreiro teimaram em vir em sentido contrário, foram sendo pisadas uma a uma. O poder dos meios de comunicação social, aliado a uma inexistente agenda cultural formadora (logo emancipadora) e um ensino escolástico e acrítico, fez e faz de todos nós uma turba essencialmente acéfala, actor do "reality show" que é esta "Sociedade do Espectáculo", como lhe chamou Vargas LLosa no seu mais recente livro. É por isso que estes valetes (a expressão é do Mário de Carvalho) invadem o nosso quotidiano, agindo como testas de ferro dos grandes grupos e interesses, que na hora certa lhes atiram um bom naco. Para isso, as máquinas de propaganda ideológica permanente, mantendo no ar as mesmas vozes embora com afinação em diferentes escalas e estupidificando massivamente a população, vão adiando o inevitável até aos perigosos limites do possível, ou seja, a superação desta por uma outra sociedade, mais justa, mais livre, mais humanizada e segura, onde a felicidade seja e esteja na partilha de todos e não constitua apenas apanágio de alguns. Que às vezes dá vontade de nos rendermos e fazer como dizia o Hemingway (só emdebedando-me consigo lidar com tanto imbecil), lá isso dá. Mas não estamos em posição de desistir: por nós, e por todos os nosso filhos, biológicos e não biológicos (e eu, se dos primeiros tenho só dois, dos outros, como se sabe aí por esses lados, tenho bem mais) porque, ao contrário do que dizia Fukuyama, não atingimos o fim da História nem somos o último Homem. Vivemos um tempo de transicção paradigmática e vivemos em cima do fio da navalha. Por isso, nunca como agora,precisámos tanto de reflectir, de nos unirmos, de estarmos atentos, participantes e dispostos a romper todos os círculos viciosos que nos prendem com as mais seviciosas das grilhetas: as de um preconceito que nos sugere a sociedade de consumo e a economia de mercado como a único forma de sermos felizes; não todos já se sabe (a OIT concluiu já que o ano de 2013 será aquele em que se atinge a maior taxa de desemprego de sempre, a nível Mundial), mas nós certamente que sim, aproveitando uma das conhecidas "janelas de oportunidade" que o sistema tão bem produz e que todos os dias são publicitadas sob a forma de casos de sucesso. Abraços.
Fale-me sobre o Eurovision Song Contest pode ser?
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