Aproximam-se as férias escolares. Há alunos que vão interromper os estudos para dois meses de descanso. Outros, uma boa maioria, vão apenas continuar as férias em que sempre estiveram. As condições a que o país chegou, o crescente número de desempregados e o desprezo que o Estado dedica a quem trabalha leva-os a entender que o estudo e o empenho nos seus cursos jamais serão devidamente recompensados enquanto o país for gerido por incompetentes. Por isso, para quê estudar? Como professor, insisto na necessidade da aquisição de conhecimentos, porque quem os possui pode interpretar, com maior competência, os sinais à sua volta e decidir de forma mais consciente sobre a sua vida. Mas também sei que não é fácil passar esta mensagem a jovens cidadãos de um país, cujo sistema educativo não compensa devidamente quem trabalha e que facilita, constantemente e cada vez mais, a vida aos baldas e aos maus alunos.
Como professor esforço-me por cumprir a lei. Mas se fosse aluno, e dos bons… outro galo cantaria.
2 comentários:
Na passada semana, por motivos profissionais, estive com uma professora que me pedira a opinião relativamente a um aluno que faltou quase todo o 2.º período e todo o 3.º período. Sem motivos de avaliação, sem participação nas aulas, sem conceitos escolares adquiridos, a professora desabafa dizendo que está seriamente a pensar em transitar o aluno, pois já é a 3.ª retenção no mesmo ano.E eu perguntei-lhe: E dai?....
Acho que ainda não entendi bem esta nova Filosofia da Educação!!!!!
SR
Levanta questões pertinentes, mas permita-me ir mais longe.
Julgo o fundamental é isso: as nossas escolas premeiam os maus alunos e desvalorizam os bons alunos!
Claro, se fosse hoje - desculpem a falta de modestia... - eu "baldava-me à força toda" e com jeitinho não teria uma única negativa e até algum quatro. A escola permite-o e até o favorece.
Aliás, o grande desafio que a Escola coloca a qualquer aluno é: até onde me posso "baldar"! O que convinhamos depende... da imaginação do aluno!
Estarei errado?
Saúde e Fraternidade
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