O país ficou escandalizado com a correria às lojas Pingo Doce, por causa das promoções que essa cadeia de supermercados levou a cabo no dia 1 de Maio. Eu não me escandalizo com essas coisas. Ficou muito irritado é com os nossos governantes que continuam a pedir sacrifícios ao pessoal e a deixar alguns barões à vontadex a fazer o que bem lhes apetece. Isso é que continua a ser um escândalo… Agora, aquilo do Pingo Doce… São minudências se comparadas com a cambada de gatunos que anda à solta por aí.
O pessoal não anda
curto de massas? Então aproveita qualquer oferta que se lhe faça. Eu só não fui
porque já imaginava a confusão de gente que aquilo ia dar. Claro que os
exageros são de condenar. Mas a medida veio ajudar muitos que estavam a
necessitar de ajuda, veio promover o nome da empresa e veio fazer concorrência
a outras do género que, em breve, lhe vão seguir o exemplo. Oxalá. O povo, à
rasca, agradecia. De qualquer forma, o que me deixou preocupado foi o
comportamento de muitas pessoas que arrastaram tudo atrás de si e só não
levaram a menina da caixa porque ela não quis ir.
Esta
movimentação de massas no dia 1 de Maio, dia do Trabalhador, veio provar, pelo
menos três coisas: estamos em crise e há que aproveitar as ofertas; o dia do
Trabalhador ficou para segundo plano nas aberturas dos telejornais, o que
significa que a malta se está marimbando para essas coisas; e a ideia do Pingo
Doce (esta será, talvez, a prova mais importante) serviu de balão de ensaio
para testar o comportamento do povo quando, um dia, em situação de guerra,
catástrofe ou de crise aguda, for mesmo necessário ir aos supermercados
açambarcar tudo o que vier à mão, roubando os produtos do carrinho do vizinho,
invadindo selvaticamente as instalações numa atitude de salve-se quem puder,
lutando por uma côdea de pão duro.
Como diria Astérix,
o Gaulês, oxalá amanhã não seja a véspera desse dia.
2 comentários:
Oi joão, ja se fala de uma 2.ª volta no principio de Junho. Preparem-se.
Bjs HR
Décadas de educação para o salve-se quem puder, para a competitividade...
Abraço.
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