domingo, 7 de novembro de 2010

Eu queria uma ministra da educação. Obrigado.


A senhora, que o presidente da nossa dita república (regime que faz agora 100 anos, celebrados com esfusiantes manifestações de júbilo só para irritar os monárquicos como eu) empossou como ministra da educação, não me parece muito talhada para o cargo. Pode ter algum tacto para ganhar uns euros com umas histórias juvenis escritas à maneira da inimitável Enid Blyton, mas como ministra da educação, convenhamos que, nesse posto de tanta responsabilidade, o tactinho não é muito. Enfim, foi o melhor que Sócrates conseguiu arranjar, à pressa e meio atamancada, para acalmar os professores que já não podiam mais com a outra senhora, cujo nome já se me varreu, pela triste memória que ele invoca.

Para esta, a escritora de livros de aventuras, é tudo é muito giro, muito fixe, muito fantástico e, por isso, nada se tem resolvido para que os professores façam aquilo para que têm vocação (pelo menos grande parte deles): ENSINAR.
A senhora descobriu agora que o dia tem 24 horas (que giro!!), coisa que nós sabíamos há algum tempinho. Como é que ela acha que nós conseguimos dar aulas, preparar aulas, preparar reuniões, assistir a reuniões, entre outras tarefas, se o dia fosse mais pequeno? Portanto, ó santinha, não trate os meus alunos, nem os professores deles, como se tivessem todos 3 aninhos. E outra coisa: o professor não é um animador cultural ou um entertainer. Um professor ensina… se o ministério da educação o permitir.

Por isso, eu quero uma ministra da educação, não quero uma escritora de livros juvenis que vem fazer de ministra diante das câmaras de televisão. Nós, professores, sabemos perfeitamente que ela não é – repito, não é – uma ministra da educação. O que é, então? Não faço a mínima ideia.

3 comentários:

José Mestre disse...

Pois, pois, pois... eu não sei é o que é isso de ser professor! Melhor o que é um professor?
Se professor fosse sinónimo de inteligência,coerência e coragem esta senhora nunca teria sido ministra da educação!
Simplesmente por que - temendo a razão da sua força - ninguém se atreveria a desrespeitá-los.
Que não restem dúvidas! Tenho uma extrema admiração pelos professores! Sem ironia, com honestidade!
A questão é que raramente, muito raramente, encontro homens e mulheres que sejam dignos da sua profissão!

kalikera disse...

Estou desiludido: Estava à espera de encontrar O vídeo e afinal saiu-me esta coisa do tempo do Patapouf e do Chapi Chapo...
Carrega mas é o OUTRO!

Cloreto de Sódio disse...

Tenho de discordar, caro Zé. Tal como noutras áreas profissonais, também no ensino há profissionais sem vocação, há profissionais cansados, há profissionais sem brio e sem capacidades suficientes para enfrentar o que os tempos de hoje e o que os jovens de hoje lhes exigem. Mas, acredite, que todos os dias encontro e convivo com dezenas de colegas que colocam ao serviço da sua profissão todas as suas capacidades físicas e intelectuais, e, garanto-lhe, caro Zé, que cada minuto das suas aulas é uma explosão de afecto e de vigor nessa aventura que é a transmissão de conhecimentos. Felizmente que os maus professores - e também os há - são uma minoria, insuficiente para manchar o trabalho e a entrega de todos os outros. Deixem-nos ensinar! É só isso que pedimos a essa senhora que, neste momento, representa - mas tão mal - esse papel de ministra da educação.

Distraídos crónicos...


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