sábado, 24 de abril de 2010

"Viver na cidade de Paris só a mim diz respeito"

Ná, ná, ná, menina Inês! Essa sua opção de viver na Cidade do Amor também me diz respeito a mim, que todas as semanas tenho dado a minha contribuição para o pagamento das suas passagens aéreas.  Parece que, a partir de agora, só lhe irei pagar o correspondente ao preço de uma viagem de e para os Açores, o que vai dar no mesmo e o Parlamento até fica a parecer mais sério. Se fizermos bem as contas, se calhar a menina ainda fica com uns trocos para o cafezinho. A escassas horas do 36.º aniversário da Revolução que tirou do poder uns oportunistas e lá pôs outros, a menina até fica bem no retrato.
Há colegas meus, professores de carreira e não por capricho ou convite, que andam de casa às costas durante anos, sem nunca, NUNCA, receberem um tostão do Estado em ajudas de custo para as deslocações, as rendas de casa (são professores mas não podem viver na rua, não é?)  e a comidinha. Eu sei que nem todos podem ser deputados desta Nação valente e imortal. Muito menos com residência oficial em Paris. Remeto-me por isso à minha insignificância de cidadão anónimo, cujo valor é apenas reconhecido pelos impostos que pago para alimentar gulosos como a menina e muitos colegas seus.
Olhe, menina, eu, a escassas horas do 36.º aniversário dessa tal Revolução, estou como o outro: "P'ra mim é mais... bolos."

6 comentários:

Anónimo disse...

Concordo plenamente! O que o Sr. explicou é nada mais que um exemplo das injustiças e descriminações descaradas deste pais, que apesar da revolução dos cravos, continuou e continua a impingir uma politica de elitismo, como estes subsídios mostram. A lógica detrás destas acções escapa-me, mas não é a primeira vez e não será a ultima que tal coisa acontece.

Bem, fora disso, excelente post e bom dia

Anónimo disse...

Nem mais! Quando decidi fazer parte da direcção de uma associação que estava sediada em Lisboa, paguei sempre as deslocações e outras despesas do meu próprio bolso. Por que razão essa senhora não faz o mesmo? Se não pode, vá dar uma volta porque os nossos impostos fazem falta mas é para o desenvolvimento do País.
Manuela

Canela disse...

Sem mais nem ontem... o resto podes ler aqui..Eu que nem aprecio escrever sobre atualidade por causa das piadas serem efémeras, há coisas que não posso deixar passar em claro...

http://oaromaacanela.blogspot.com/2010/04/viagem-ao-centro-da-terra.html

Um abraço,

Pedro Canela

Leonel Craveiro disse...

Parafraseando alguém.
Eu se vivesse em Paris nem sequer queria trabalhar em Lisboa.

Caríssimo amigo, existem muitas outras profissões, ligadas ao estado, onde me incluo, que estão como os professores, deslocados da família e da sua terra, sem qualquer tipo de ajuda, por mais pequena ou insignificante que seja.

Abraço.

kalikera disse...

Não será mais Nação valente e imoral?

Alfredo disse...

Está descoberto o novo bode expiatório para a crise, os desempregados!
Depois dos malandros dos juizes, professores, médicos etc, agora os culpados são os 600.000 desempregados!
A culpa não é dos boys como esta senhora que acumulam pensões e regalias, mas sim dos desempregados que não querem preencher os 600.000 postos de trabalho que se encontram desocupados por todo o país!

Distraídos crónicos...


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