sexta-feira, 12 de março de 2010

Caos ou Desordem? Qual preferes?























Foi a pergunta que subsistiu ontem, ao longo das mais de duas horas, durante as quais foram deslizando as Lágrimas de Saladino no palco do Cine-teatro Curvo Semedo. Se no início foi a Ordem, simbolizada pela Banda da Sociedade Carlista a interpretar temas fortes, de harmonias agradáveis ao ouvido do comum mortal, então esta alegoria sobre a incapacidade de comunicação neste nosso mundo de hoje, protagonizada pelos bailarinos e músicos de Rui Horta, acabaria por contaminar a própria Banda, que não resistiu e foi perversamente atraída para o abismo da incomunicabilidade.

Se o objectivo do coreógrafo, nesta sua segunda criação como artista associado do Centro Cultural de Belém, foi “questionar e desorientar o espectador”, julgo que o conseguiu. Continuei a sentir, no período pós-espectáculo, a violência musical, vocal, gestual, coreográfica, comportamental de todos os intervenientes que irão, em breve, levar estas propostas de sensações incómodas um pouco por toda a Europa. Montemor teve o privilégio de ser a segunda cidade do Mundo, a seguir a Lisboa (CCB), a assistir a esta produção, metáfora inquestionável dos tempos modernos, uma “Babel de desencontros e de confusão de linguagens”.

Houve, contudo, no final, a mensagem de uma (ténue) esperança no regresso a uma certa harmonia. Talvez diferente, mas, ainda assim, reveladora. Porque a guerra santa, nas palavras de Saladino, acabava ali.

(Fotos: A. A. Mota - CMMN)

quinta-feira, 11 de março de 2010

Teresa Fonseca, uma Amiga de Mil Anos!



A minha amiga Teresa Fonseca escreveu um livro delicioso, dedicado a uma neta deliciosa, chamada Júlia. O lançamento vai ser amanhã, dia 12, pelas 14.15, na Biblioteca da Escola EB 2,3 S. João de Deus, em Montemor-o-Novo.  “Uma Amiga com Mil anos - Joana descobre a história de Montemor-o-Novo”, com fantásticas ilustrações de José Nelson Pestana Henriques, leva-nos numa viagem através do tempo, como se fôssemos todos... crianças. 
A História da nossa cidade, transformada em estória infantil, com o rigor a que sempre nos habitou nas suas investigações, só era possível se fosse escrita pela Doutora Teresa Fonseca. 
Um abraço de parabéns. Vou lá estar.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Avatar(es) e uma consideração igualmente idiota


 

A Clara Pinto Correia afirmou não ter um amante. Vou dormir muito mais descansado.



        terça-feira, 9 de março de 2010

        Olá, Tininho!!















        No próximo dia 17 de Março faz anos que o Coral de São Domingos perdeu uma das suas vozes e uma das suas presenças mais carismáticas. Claro que eu podia ter esperado uns dias para falar nisto e fazer coincidir esta publicação com os 8 anos da sua ausência. Mas hoje é que me estava a apetecer partilhar esta memória. No dia 17, cada um dos seus amigos vai lembrar-se do Celestino António como bem quiser. Mas haverá pensamentos comuns. Independentemente da amizade que nos unia ao Tininho, todos nós vamos recordar o Homem, o Poeta/Sapateiro/Cantor que nos deu o privilégio de ser nosso Amigo. Pois é, Tininho, acredita que, de vez em quando, continuas a ser recordado, e em alta voz, pelos teus amigos!

        Foto esq. : Pausa na gravação do nosso 3.º CD, em 2000
        Foto dir. : Tininho com alguns amigos coralistas, na Suécia, em 2001


        segunda-feira, 8 de março de 2010

        P. M. F. (Plano Muito Fraquinho)

        Não queria acabar este dia 8 com (mais) um amargo de boca. Acabei de ouvir o senhor Primeiro Ministro a falar no Plano de Estabilidade e Crescimento. Falou dos sacrifícios necessários, pedidos ao povo português. Falou na redução da despesa do Estado, mas não me lembro de o ter ouvido falar em diminuir os ordenados, os subsídios e as reformas dos ministros, dos deputados, dos directores gerais e dos gestores das empresas públicas. Não ouvi. Mas, se calhar, foi  o meu aparelho auditivo que pifou.
        Vou trocar a pilha mas deixo aqui o Zé... a cumprimentar outro Zé.

        Em playback?!


        Faz hoje anos, aguardava com um grupo de amigos, no interior da Igreja de São João de Deus, a chegada do coro Sintagma Musicum, de Lisboa. Queríamos ouvi-lo cantar a Missa da Caridade, nesse longínquo 8 de Março de, se bem me lembro, 1982. Como os elementos do coro entraram na igreja mesmo em cima da hora, sem tempo para ensaios ou aquecimentos vocais, perguntei em voz baixa a uma amiga, para ver a reacção da rapariga: “Achas que os cantores vão cantar em playback?” Ela, distraída, respondeu, igualmente num sussurro: “Não, acho que vão cantar em latim.” E, olhando para mim com ar crítico, atirou-me num tom de voz um pouco mais audível: “És mesmo ignorante.”


        domingo, 7 de março de 2010

        João de Montemor

        Amanhã, dia 8, Montemor-o-Novo celebra mais uma vez o santo padroeiro da cidade. São João de Deus viu a luz do dia pela primeira vez aqui, na Rua Verde, mais ou menos no local onde se encontra agora a cripta evocativa do seu nascimento, uma pequena capela situada debaixo do altar-mor da Igreja Matriz. 
        Naturalmente que vai realizar-se a procissão já tradicional e a missa na igreja do Hospital de São João de Deus, presidida pelo senhor Arcebispo de Évora. Depois, pronto. Montemor passará mais 364 dias sem uma palavra sobre João Cidade, nome importante da Igreja Católica e dos primórdios da Medicina Psiquiátrica e da Assistência Social. 
        Estive em Granada há uns tempos, cidade onde morreu. Para quem não sabe a verdade, até pensa que João Cidade nasceu lá, tal o fenómeno que atingiu a divulgação da sua vida e obra. Em Montemor somos, de facto, muito humildes. Talvez para imitar a vida do homem que saiu de cá para, depois de muitos conflitos e sofrimento, ser considerado um humanista. E eu acrescento, um humanista montemorense, cuja memória não se deve resumir a uma cripta e a um hospital, cuja importância e reconhecimento não estão, naturalmente, em causa.

        sexta-feira, 5 de março de 2010

        Buuuuuuh, seus teimosos!



        27 000 visitantes

        The same procedure as last year, James!



        Tentei encontrar uma versão legendada para que todos pudessem entender na íntegra este clássico do humor. Não consegui e peço desculpa por isso. Mas aqui fica uma ideia:

        Miss Sophie, uma aristocrata, com mordomo e tudo (o James), continua teimosamente, mesmo após a morte dos seus amigos, a comemorar a amizade que os une, na noite da passagem de ano, com um jantar especial, como se todos estivessem presentes. As ordens são claras: tudo deve ser tratado segundo os procedimentos do ano passado ("The same procedure as last year, James" ).
        No delicioso final, o fiel mordomo responde que... vai fazer o melhor que puder. Divirtam-se.

        Fazendeiros fazem 52 anos

        Fundado em 1958 por Feliciano Rabaça do Carmo, o primeiro grupo de rapazes e raparigas ensaiava no Monte dos Henriques, nas fazendas de Montemor, zona onde se fixavam agricultores, rendeiros, seareiros, e outros trabalhadores agrícolas.
        O Rancho Folclórico Fazendeiros de Montemor-o-Novo têm, ao longo destas mais de cinco décadas, sabido manter bem vivos os cantares e as danças de outros tempos, parte importante do património cultural da nossa terra, divulgado em todo o país e em festivais internacionais além-fronteiras. Das diversas distinções recebidas, a mais importante será, sem dúvida, o reconhecimento, por parte da crítica, do público e das outras instituições montemorenses, da enorme importância do seu trabalho de pesquisa e divulgação de uma cultura que, só com este empenho, continuará a atravessar gerações. Parabéns!


        terça-feira, 2 de março de 2010

        A segunda idade dos porquês





        Os meus alunos da Escola Secundária nunca leram um texto sobre eles, escrito por mim. Mas vão ler agora, caso possam ou queiram. Não vou falar de nenhum em particular. Nem podia. Falo de todos. Dos meus… dos nossos, porque há colegas de ofício que vão rever-se nestas linhas.

        Ensinar, seja que matéria for, é cada vez mais complexo e requer da parte do professor a energia e a imaginação suficientes para provar aos alunos, ao vivo e a cores, que vale a pena aprender aquilo que ali se ensina. O que torna a questão do ensino mais complexa (e mais fascinante em termos pedagógicos e sociológicos) é que nem o professor nem o aluno estão ali sozinhos. Isto é, eles são apenas, tanto um como o outro, a ponta do icebergue que esconde anos de experiência, de vivências, de estudo (muito ou pouco) e de relacionamento com o mundo, com os outros, sendo, tanto alunos, como professores, portadores de universos ricos e facilmente partilháveis. E é aqui que entra o mundo lá fora e, sobretudo, a Família, responsável esta, tantas vezes, pelo nosso estado de espírito e pelo estado de espírito dos que ali estão à nossa frente. É que as famílias dos nossos alunos são como as nossas: podem ter momentos de felicidade ou momentos de profunda tristeza. E isso reflecte-se, obviamente, na formação da rapaziada e na forma como “recebem” as matérias daquele dia.

        Não é fácil dar a volta à questão. Quando olhamos para uma turma de 25 alunos, vemos rostos, carteiras, livros, canetas, mochilas… Queremos todos atentos, pontuais, livros abertos, canetas prontas a tomar notas ou a apontar alguma ideia mais brilhante que o professor possa ter ou que o ministério nos manda ter. Olhamos mas não vemos, porque raramente vislumbramos o que está para além de tudo isso. Queremos que todos ouçam da mesma maneira, que todos escrevam ao mesmo tempo, que todos aprendam por igual o que vamos transmitindo e, durante 90 minutos, esquecemo-nos de todos os “bocadinhos” de que o aluno é feito. Aqui me penitencio, porque também eu me esqueço. Na segunda idade dos porquês, as suas preocupações são muito mais importantes do que a Conquista de Ceuta, a precipitação média anual na Floresta Amazónica, a Voz Passiva Idiomática em Inglês ou em Francês, os Sistemas de Duas Equações ou a função do narrador n’Os Maias do grande Eça.

        E eis que surge o grande problema que nós, professores, não conseguimos resolver: os nossos alunos precisam cada vez mais de nós e os governantes cada vez nos dão menos tempo para estarmos com eles. Ainda assim, apesar do pouco tempo de partilha genuína, é de todo fundamental aprender com eles algumas lições de vida impressionantes. Umas, complicadas e difíceis de digerir. Outras, mais simples, mas não por isso menos profundas. Como esta: há uns anos, depois de ter tentado decifrar a custo a caligrafia de um aluno, muito parecida com uma emaranhada escrita árabe, comentei na última página do teste, a vermelho e de forma destacada: “Deves ter mais cuidado com a letra”. No final da aula, o aluno pediu para falar comigo. “O que se passa?”, perguntei. O aluno mostrou-me o teste, apontou para o meu irritado comentário e disse-me: “Desculpe, professor, mas não consigo perceber a sua letra.”



        segunda-feira, 1 de março de 2010

        Banda Carlista no CCB


        O bailado "Lágrimas de Saladino", uma criação do coreógrafo Rui Horta, tem estreia a 5 de Março no grande auditório do Centro Cultural de Belém, onde subirá à cena novamente a 6. No dia 11 de Março vai estar em Montemor, no dia 13 em Guimarães e, no dia 20, em Torres Novas. É, sobretudo, a participação da Banda da Sociedade Carlista que nos enche de genuíno orgulho! Parabéns!!

        Passe por aqui:
        http://www.ionline.pt/conteudo/49520-uma-banda-filarmonica--danca-contemporanea--coreografia-rui-horta---video


        domingo, 28 de fevereiro de 2010

        Valsa Triste de Jean Sibelius (Finlândia, 1865-1957)




        Pensei em aconselhar um VALIUM 10 que permitisse aos leitores ficarem desligados por umas horas deste país cada vez mais entristecido e mais mal-frequentado. Podem fazê-lo.  Mas antes, ouçam esta que é, na opinião desta Altíssima e Parda Ignorância, uma das páginas mais inspiradoras da literatura musical de todos os tempos - dos que passaram e dos que hão-de vir. Quem compõe assim não fecha a tampa toda. Ainda bem para nós. Bom Domingo! 

        Deutsche Kammerphilharmonie
        Maestro: Paavo Järvi

        sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

        Cófi Breique




        Intervalo de uma reunião do Conselho de Ministros de um país terceiro mundista, plantado ali mesmo a descair para o Atlântico. O Chefe não está. Foi fazer xi-xi e aproveitou para atender um telefonema.
        E pronto. Este blogue tem os dias contados.
        Talvez não. Vou disfarçar-me de palhaço.

        quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

        26 000? O povo não anda bom...



        Foi com esta cara que a minha fofa manifestou o seu espanto (e horror) quando lhe contei dos 26 000 distraídos que já passaram por aqui. E o caso não é para menos. De qualquer forma, obrigado pelas visitas.

        Conversa com Deus

        O original que o João Gabriel me enviou vinha em Inglês e em Inglês ficou.
        Ao lado, uma possível versão em português deste diálogo tão... humano.

        Man: God?                                                             Homem: Deus?
        God: Yes?                                                               Deus: Diz lá.
        Man: Can I ask you something?                               Homem: Posso fazer-te uma pergunta?
        God: Of course!                                                       Deus: Naturalmente que sim.
        Man: What is for you a million of years?                   Homem: O que é para Ti um milhão de anos?
        God: A second.                                                        Deus: Um simples segundo.
        Man: And a million dollars?                                      Homem: E um milhão de dólares?
        God: A penny.                                                          Deus: Um simples cêntimo.
        Man: God, Can you give me a penny?                      Homem: Meu Deus, podes dar-me um cêntimo?
        God: Wait a second.                                                 Deus: Espera um segundo.

        segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

        Ironias infelizes


        Quando o Primeiro-ministro ficou aborrecido pelo facto de ter sido aprovada pela Oposição a proposta de alteração da Lei das Finanças Regionais (limitando o endividamento até 50 milhões de euros a cada Região), nunca poderia adivinhar o que estava para acontecer. Ironias infelizes.


        domingo, 21 de fevereiro de 2010

        Tréguas



        Adiemos a Revolução programada no post anterior. Mais importante é desejar que o grave problema que afectou a Região Autónoma da Madeira seja resolvido com brevidade. O pensamento cá de casa vai, todo ele, para os nossos amigos madeirenses, principalmente para os membros do Grupo Coral de Santa Cruz e seus familiares. Queremos acreditar que todos se encontram o melhor possível.


        sábado, 20 de fevereiro de 2010

        Às armas!


        Amanhã, Domingo, parece-me um bom dia para fazermos uma revolução: a Revolução.
        Marquem vocês o ponto de encontro. Batemos a almoçarada e depois... vamos tomar Lisboa! A minha fofa não vai. Vai ajudar a mãe a fazer um cachecol.

        Faltas urgentes



        Distraídos crónicos...


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