sábado, 13 de dezembro de 2008

ZERO

Se eu avaliasse a senhora ministra da Educação, poderia dar-lhe Excelente na sua prática lectiva, que não conheço mas que, com base no benefício da dúvida, respeito. Mas teria de dar-lhe zero em matéria de boa educação. Na minha opinião de simples professor de Inglês de uma escola secundária de província, acho que não se deve mentir ao país sobre os professores e sobre o seu trabalho. Não é educado denegrir o rigor e a seriedade com que muitos, acredito que a maior parte, têm colocado na sua profissão, ao serviço dos alunos, das escolas e das comunidades onde se encontram inseridos. Não é próprio de uma pessoa do seu nível mentir sobre o sistema de avaliação, dizendo, primeiro, que é perfeito e para aplicar, e, depois das manifestações e greves, assumir que está cheio de erros mas que é só para aplicar neste ano lectivo (outro absurdo que nem a senhora ministra entende). Acreditem que não sou o único a pensar que a senhora ministra tem uma má-vontade inata contra a classe dos professores, da qual ela faz parte, ainda que não pareça.
Ensinar significa transmitir conhecimento. Os meus melhores professores foram os que me transmitiram conhecimentos sem precisarem de cuidadosas planificações, de grelhas ou de avaliações injustas e castradoras. Foi com eles, com os melhores, que aprendi a ensinar. No entanto, a partir de agora, e a manter-se este modelo ministerial, receio não conseguir fazer com os meus alunos o que muitos professores fizeram comigo: ensinar com tempo, com disponibilidade, com paixão e prazer. Porquê? Porque há uma professora que defende um sistema de ensino que vai educar para a ausência de valores, para a violência e para a mediocridade, um sistema no qual os conhecimentos não contam, porque todos os alunos passam de ano para cumprir objectivos que nada têm a ver com o saber, o empenho, a assiduidade, o estudo e a excelência.
Lamento e fico profundamente embaraçado por ser obrigado a participar na formação de jovens que poderão vir a ser, se acreditarem no que o Estado lhes oferece, a vergonha deste país. Este Governo, que se proclama socialista, não percebe que os professores são a base que sustenta o futuro de qualquer estado livre e democrático. Sempre o foram. Ainda que haja excepções. Por isso, e apesar da excelente professora que possa ter sido (e que volte a ser, assim que se demitir do cargo que agora ocupa), peço-lhe desculpa, professora Maria de Lurdes Rodrigues, mas a senhora é uma colega que eu não gostaria de ter na minha escola.

2 comentários:

samuel disse...

Nem na tropa, nem na equipa de recolha do lixo, muito menos nas vindimas ou desfolhadas...
Talvez... mas só talvez, na caça aos gambozinos, desde que a senhora vá indo à frente, que a malta vai lá ter depois.

Abraço

Anónimo disse...

e disse.

té logo :)...
beijocassss
vovó Maria

Distraídos crónicos...


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