Não entendo por que se celebram missas e se fazem peditórios públicos para apoiar a defesa (e, quem sabe, se para pedir a absolvição) do assassino confesso do cronista social Carlos Castro. Alguém se preocupou com a família do assassinado? Quem quer (sabe) explicar-me esta inversão de valores?
Ideias velhas, recicladas a bem do ambiente intelectual português. (E algumas intimidades partilháveis)
domingo, 30 de janeiro de 2011
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Duplicidades
domingo, 23 de janeiro de 2011
Eleições, hoje! Para quê? Para quem?
(Foto roubada descaradamente ao Manuel Roque)
Não percebo nada de política, mas tenho a impressão que os cabeças de lista às próximas autárquicas aqui em Montemor vão começar a fazer visitas ao pessoal das associações culturais e humanitárias uns dois ou três meses antes das eleições de Outubro de 2013. É o costume. Como se as associações começassem a existir exactamente nessas alturas. Em tempos idos, em período de campanha eleitoral, o Coral de São Domingos foi visitado por vários grupos de políticos, todos bué de interessados nos seus trabalhos. Eu não me aguentei e tive de perguntar a alguns desses interessados pelos nossos problemas a quantos concertos do coro já tinham assistido. Uma boa parte deles ainda não tinha assistido a nenhum. Mas ficaram a saber que o Coral de São Domingos fazia (e faz) vários concertos de música coral por ano na cidade. Imaginem a ousadia.
Eu, se pensasse seriamente em substituir Carlos Pinto de Sá, começava JÁ a trabalhar. Quer fosse do PCP, do PS, do PSD ou do CDS. Digo eu.
quarta-feira, 19 de janeiro de 2011
Vem aí o acordo horto-gráfico. O projecto acabou por ver a luz do dia sem se saber porquê. De país colonizador e que imprimiu regras (religiosas, sociais, linguísticas, administrativas) aos povos de África e do Brasil (se bem, se mal, isso agora não vem ao caso), Portugal passa a país colonizado que vai ter de aceitar um acordo político, mascarado com as cores da fraternidade e a fingir um intercâmbio em nome sei lá do quê. Os Norte-americanos e os Britânicos nunca se incomodaram com as diferentes formas de escrever (e de falar) dos seus cidadãos. Os Espanhóis e os países da América Latina nem discutem essas diferenças. Só um país chamado Portugal é que teve a ideia peregrina de pôr o pessoal a escrever como os brasileiros e os africanos. Mais surreal do que isto foi a chegada de uns tanques de guerra para proteger aqueles tipos da Cimeira da Nato. É que essas armas de defesa só chegaram muito depois daquela cambada ter regressado a casa.
Devo confessar, desde já, que me vai ser muito doloroso e difícil abandonar a grafia do meu português e adoptar a forma de escrever de um tipo de português que, para mim, não passará de uma excepção a todas e quaisquer regras adoptadas há várias décadas. Vai ser o Inferno para quem está habituado ao português de Portugal. As televisões começaram a fazer passar no rodapé alguns títulos com a nova grafia e eu até fiquei agoniado. A nossa língua começou já a ser um objecto de violência para a qual não há adjectivos possíveis e suficientemente fortes que a classifiquem. Enquanto professor, ensinarei de acordo com a legislação. Enquanto cidadão que escreve por aí, não vou conseguir abdicar tão depressa da verdadeira língua portuguesa.
Por enquanto, é um choque. É como se me obrigassem, a partir de agora, a conduzir pela esquerda ou a atropelar velhinhas de andarilho nas passadeiras. É um sentimento de perda e uma vontade de voltar ao útero materno. Mas, como diz o outro, este é um problema menor em relação a outros bem maiores. Um deles é, por exemplo, a fome que muitas crianças começaram a sentir diariamente, problema que algumas escolas tentam ajudar a ultrapassar servindo refeições durante as férias. Pensando bem, para uma criança com fome é indiferente se ela é tratada pelos políticos como um sujeito exce(p)cional, um obje(c)to desprezível ou um mero complemento indire(c)to a quem não se dá condições para ser feliz.
quarta-feira, 12 de janeiro de 2011
Oh, abre!!!!
Somos um país de gente preocupada. Os dias arrastam-se atrás uns dos outros, sendo o seguinte mais preocupante que o anterior. A nação valente e imortal notou, tantos anos depois, que é mais mortal do que um pêro podre e que, valente, só o é nos versos de A Portuguesa, inventados por Henrique Lopes de Mendonça para a marcha patriótica de Alfredo Keil. Os heróis do mar, manietados por uma Europa ditadora, não passam agora de escravos de uns políticos manhosos que transformaram o país num pântano onde navegam com à-vontade os corruptos, os piratas e outros criminosos de fato e gravata.
Muitos portugueses querem saber como vão aguentar-se durante o ano que agora começa; até quando têm garantia de emprego; até quando poderão honrar os seus compromissos; o que irão pôr na mesa depois de pagas as contas do mês. Outros viram as atenções para os candidatos à Presidência da República e reparam que o que ali está não são candidatos à Presidência da República. São candidatos a mais um mandato de neutralidade oca e inócua. Ao pé destes senhores, a rainha de Inglaterra é uma verdadeira Hitler de saias (e de coroa de diamantes). Para que serve um Presidente da República se não pode emitir opiniões? Pode vetar leis malucas, dir-me-ão. E então? Elas voltam ao Parlamento e são aprovadas na mesma. Pode demitir um Governo incompetente, quando as condições o exigirem, poderá insistir o meu leitor. E então? Não houve condições para a demissão deste Governo? Houve. Alguém o demitiu? Não me lembro. Pode fazer Presidências Abertas, com a comunicação social atrás, para dar visibilidade aos problemas do país, tentarão ainda convencer-me. E então? De que serviram as presidências abertas de Cavaco Silva? Só lhe foi mostrada a parte menos má do país…
Vão por mim. O país não precisa de um presidente da república, quer venha do PSD, quer venha de qualquer outro partido. A Presidência da República é, apenas e só, uma fonte de gastos desnecessários do erário público. O que nós precisamos é de um Governo coerente, consciente e, sobretudo, de um primeiro-ministro que viva no mesmo país que nós. Eu repito: de um primeiro-ministro que viva no mesmo país que nós. Enquanto isso não acontece, continuaremos a ser uma nação de gente preocupada e cada vez mais infeliz e deprimida. Um país onde uns comem as lagostas e os outros chupam as cascas. Mas com as contas à moda do Porto, pois claro. Como diz um puto cá de casa, contrariando as boas maneiras da fofa: “Oh, abre!”
domingo, 9 de janeiro de 2011
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