sexta-feira, 30 de maio de 2008

Ana Drago. Quero-te...


...para Primeira-ministra.
És a melhor parlamentar da actualidade. Não finges. Não mentes. Não atrofias. Não baixas o nível. Não és rancorosa. Não és trauliteira. Não ofendes. És transparente. És clara. És frontal. E, cada vez que falas, a Língua Portuguesa não treme nem se arrepia. És única no panorama político português. A única que pode, de cabeça levantada, salvar a nação. És a minha candidata!
Quem vota nela?


Novas medidas para a A. R.


quinta-feira, 29 de maio de 2008

15.44 e... nada?


Há meia-hora, pelo menos, que a gasolina não sofre qualquer aumento. Estou a ficar preocupado.

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Parabéns, Laika!


Este espaço serve também para falar das maravilhas da natureza que nos enternecem, porque o milagre da vida, que ainda ninguém me soube explicar de forma convincente, é uma estranha forma de divino, mas sem deuses a atrapalharem e a ditarem regras esquisitas. E esse é o princípio da liberdade. E, por isso, enternece-me. A minha Laika foi mãe. De uma ninhada de 6 cachorrinhos (4 rapazes e 2 raparigas) que protege com a própria vida. Ainda não têm nome, porque a pequenada cá de casa e as primas da casa do lado ainda estão a discutir a importante questão. (Porque a identidade é a coisa mais importante, a seguir à liberdade.) Mas a coisa vai. Se tiver sugestões, diga e ajude a desbloquear estes pequenos diferendos.
Ah! E, posso garantir, todos irão ficar VIVOS, nas respectivas famílias de acolhimento. Obrigado pela disponibilidade.

domingo, 18 de maio de 2008

TGV e outras palhaçadas




Deixámos de ter políticos à altura. Perderam o carisma e dizem aquilo que não sentem, perante um país que já se ri por causa de tanta barbaridade. Temos linhas orientadoras de Bruxelas muito rígidas e isso vai servindo de desculpa para lançarem o país numa viagem sem retorno. Não há dinheiro para nada, excepto para os aeroportos, para as pontes e para os TGVs que nos vão custar dias de agonia, apresentados que foram como medidas urgentes e imprescindíveis, fazendo lembrar a febre da construção dos estádios de futebol, há uns anos, por causa de um certo campeonato europeu. Querem fazer um Portugal moderno para que fique bem nas fotografias de família na Europa dos 27 (ena, tantos!). Lá teremos de pedir que façam uma fotografia tamanho gigante para tapar as misérias que vamos colmatando com peditórios sazonais para quem precisa e para esconder o descontentamento de quem desfila pelas avenidas com reclamações mas que, graças à surdez cómoda de quem nos governa, não encontra nem respeito nem resposta. Pensando bem, o que são meia-dúzia de indivíduos sem tecto, a morrerem ao abandono nas noites de Lisboa, se temos um país “moderno e atento aos desafios”? Que peso tem o facto de um milhão de idosos em Portugal viver com o rendimento mínimo garantido, se os milhões que se vão gastar com o TGV vão ser bem aplicados e com sentido de oportunidade?
Deixámos de ter políticos à altura. Eu sei que os Mários Soares, os Álvaros Cunhais e os Sá Carneiros também tiveram falhas e cometeram erros, mas galvanizavam multidões, tinham classe, apresentavam numa oratória invejável as suas ideias e os seus projectos, falavam ao povo sem perder o sentido de Estado. Os portugueses acreditavam neles… para o bem e para o mal. Agora recusamo-nos a ouvir o que os de hoje têm para dizer porque sabemos que nem eles acreditam naquilo que papagueiam.
Já não há políticos à altura. Eu reformulo: Agora já não há políticos. Há profissionais da política a usarem os cargos como trampolim para tachos grandes, gordurosos e vitalícios. Sabem porquê? Porque quem quer não sabe e quem sabe não quer. É como o que se vai passando em alguns partidos da oposição e que nunca mais serão alternativa ao poder vigente. E, se calhar, ainda bem.
E não estou a falar do PSD.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Desculpe, senhora Professora




Sou professor de carreira. Porque quero. Porque gosto. Não sou paraquedista, nem experimentador. Sou professor mesmo. Para ensinar. Já passei por várias reformas e sobrevivi. Penso que não será esta que vai acabar com os sonhos que ainda me restam.
Depois de a senhora Professora Maria de Lurdes Rodrigues ter dito que reprovar os alunos que não sabem é mais prejudicial do que passá-los sem saber, devo alertar para o seguinte: a passagem de ano de alunos que não conseguiram, por motivos vários, reter os conhecimentos mínimos exigidos pode provocar situações que, a médio prazo, vão comprometer (ainda mais) o futuro real do país: deixamos de ter gente que saiba construir casas e os engenheiros e os arquitectos tornam-se substantivos de encher, porque não têm conhecimentos suficientes nem para ler uma planta, quanto mais para desenhá-la; não teremos médicos capacitados, os cirurgiões não saberão operar, os professores não saberão ensinar, os advogados terão dificuldade em interpretar leis, os contabilistas vão desistir de fazer contas porque não as dominam, os jornalistas não saberão escrever, nem os escritores virão a saber a diferença entre uma badana e uma contracapa. E os ministros da Educação, aqueles que souberem ler e escrever, passarão a tomar decisões ainda mais desastrosas do que as que têm tomado ultimamente. Sei que vou sobreviver a esta reforma, e que não estou sozinho mas, desculpe, senhora Ministra, quem não souber a matéria na minha disciplina não poderá passar de ano.

quarta-feira, 14 de maio de 2008



Já que estamos em maré de desgraças, deixem-me continuar o meu desabafo: acreditem que foi por causa do xicoespertismo de alguns portugueses (da maioria) que mergulhámos neste pântano de onde teimamos em não sair. Aproveitadas as liberdades do 25, aprendemos a não nos preocuparmos com a vida, e até há bem pouco tempo esperámos que tudo tivesse solução, de boquinha aberta, à babuje, a ver se caía mais algum dinheirito enviado de Bruxelas. Ainda não perdemos esse vício. Enquanto cai e não cai, marcam-se no calendário os fins-de-semana mais prolongados, planeiam-se férias, reservam-se hotéis ou apartamentos, porque sabe-se que tudo ficará esgotado ainda em Junho, já que a ciguêra com as ondas do oceano é mais do que a manifestada pelos nossos antepassados no tempo das caravelas. É uma coisa genética, como diria a minha fofa.
Por falar nela, fica aqui dito que a minha fofa anda muito aborrecida com isto tudo. Tão aborrecida que há uma semana que não compra um trapinho novo para vestir. Diz que não tem vontade. Que a conjuntura não lhe é favorável. Como eu a entendo. Disse-me num destes dias, marchando da cozinha até à sala, empunhando com brio militar uma concha de sopa vermelha: “Querido! Vamos fazer outra revolução. Convidamos a prima e a amiga lá de baixo e avançamos.” Abri o olho direito, depois o esquerdo, utilizei o comando para baixar o som da televisão, ergui a cabeça da almofada e disse-lhe do fundo do meu sofá: “O quê? Aparelhar as tropas em Santarém e vir por aí abaixo até ao Terreiro do Paço? Credo! Que trabalheira! E, para mais, já nem sequer há Salgueiros Maias. E, depois, onde é que trancávamos o pessoal do Governo para não ser linchado? O Quartel do Carmo passou a Museu e já não há chaimites.”
Ela, que tinha estado imóvel, muito direita, com a concha em posição de apresentar arma, baixou aquele utensílio com uma lentidão que meteu dó e voltou para a cozinha a arrastar os olhos pelo chão. Eis um capitão de Abril mandado para a reserva ainda antes de fazer a recruta.
Não sei como, mas acho que, desta vez, ganhei eu. Provavelmente, perdeu o país.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

Mestrado em Gestão e Manutenção de Campos de Golfe


O título está correcto.

Leram bem. Comentários para quê? Estamos em Portugal.


Confirmem:

Diário da República, 2ª Série, nº51, 12 de Março de 2008(Encontrado aqui e em http://www.dre.pt/pdf2sdip/2008/03/051000000/1067010674.pdf)

terça-feira, 6 de maio de 2008

O tapete mágico




“Querido, a nossa sala precisa de um tapete novo”. Foi assim que a minha fofa me acordou numa destas manhã de domingo, esperando eu dormir mais um pouco…. “Concordas?” “Que remédio”, pensei meio ensonado, sentindo-me mais vulnerável que a Maria Antonieta com a guilhotina a traçar-lhe a goela. Arrisquei planear um golpe genial: “Um tapete deve custar para aí uns trinta euros… Talvez até possa fazer um pequeno assalto ao mealheiro dos gaiatos e fica a coisa a custo zero.”
Puro engano. Nem trinta euros, nem custo zero.
Três dias depois, chegava eu do emprego, vi à porta de casa um camião com um enorme toldo a tapar a carga. Lá de dentro saiu um homem com um tapete ao ombro. Entrou pelo meu portão e foi tocar à minha campainha. A porta abriu-se e ele lá entrou para fazer a entrega. Quando lhe ia a dar os trinta euros (os meus filhos nem sonhavam onde eu os tinha ido buscar) a minha mulher pediu-me que me desviasse: atrás de mim estavam mais quatro homens prontos a entrar com dois sofás, dois jogos de cortinados, uma estante para os filmes e para os CDs, um armário, daqueles onde se põe a louça que nunca se usa, e mais dois tapetes: um persa, outro arraiolos.
Fiquei mudo de espanto e, querendo saber o que se passava, fiz sinal à minha mulher. Ela fingiu que não estava a perceber nada, assim tipo Amália Rodrigues (“Obrigada, obrigada, gosto muito da Maluda!”), sorriu com a diplomacia que a caracteriza e disse aos homens para procederem à colocação de tudo, no sítio certo. Em menos de dez minutos, o meu velho sofá das sestas de domingo tinha dado lugar a duas ergonómicas american size armchairs, a minha estimada mesa de pinho fora substituída por uma placa extensível que mais parecia um violino desenhado pelo Picasso no seu período rosa, as louças que nunca usamos passaram a ocupar o novo habitáculo, de design espacial, os cortinados cor-de-rosa choque foram profissionalmente pendurados em su sítio (e os outros foram a caminho do lixo) e o caixote da Laika – uma cadelinha amorosa - foi à vida e deu lugar a uma mini-cama própria para cão, com dois andares, ar condicionado e lençóis de cetim…. Descartáveis e biodegradáveis – como manda a lei da nova civilização.
Antes de saírem, um dos homens perguntou se não havia nada que se bebesse, porque estavam fartos de fazer força. Depois de terem bebido sete (sete!!!) das minhas cervejas de lata estupidamente geladas, reservadas para os amigos (que gostem de cerveja, claro) apresentou-ME uma factura que, pelo seu aspecto bastante “numérico”, me fez dar uma corrida à casa de banho (e mais tarde ao banco, como era de prever…).
Depois de passado o cheque (mas não o choque) perguntei à minha cara-metade: “Não querias só um tapete?” E ela respondeu-me, segura e inabalável, tipo Thatcher na guerra contra as Malvinas: “E achas que um tapete desta cor ficava bem na nossa sala cheia de trastes velhos?”

Esta história verdadeira contei-a a um amigo, há meia dúzia de anos, depois de ele me ter dito com ar feliz e ingénuo: “Olha, vou casar com a Isabel!” Não sei se ele retirou daqui algum ensinamento. Disseram-me há dias que tinha sido visto no Tibete, onde vivia num convento como monge budista.

sábado, 3 de maio de 2008

Stop


Que o corte feito nos orçamentos das autarquias está a ter efeitos perniciosos nas actividades das associações culturais e desportivas dos concelhos, disso não temos dúvidas.
Os subsídios estão a diminuir, os apoios directos com funcionários e meios logísticos estão a ser reduzidos e o país vai começar a atravessar, em termos de província, um deserto cultural, porque sem dinheiro não há forma de promover, com um mínimo de condições, as mais variadas iniciativas que envolvam grupos mais numerosos ou associações que, against all odds, ainda por aí vão remando.
Uma coisa é certa: as associações desportivas com menos meios correm o risco de fechar as suas portas, dezenas de crianças poderão deixar de praticar desporto, os agentes culturais (coros, bandas, orquestras, grupos folclóricos, grupos de teatro) deixarão de poder produzir e promover as suas iniciativas e, mais grave ainda, ficarão impedidos de divulgar o seu trabalho fora da sua zona de actuação. Mas há uma contrapartida que me deixa animado: sem concertos, representações teatrais, folclore e et cetera, vamos ficar com mais tempo para, no remanso do lar, ver os Morangos com Açúcar, as repetições da Floribella no Canal Disney ou ler nas revistas para atrasados as aventuras da Brigada do Croquete, vulgo jet set de pacotilha, liderada pela inefável Caneças. Conheço várias maneiras de censurar a liberdade de expressão. A nossa História é nisso um portento. Este é realmente perverso… mas eficaz.
Tempos houve em que a trilogia dos Efes deu sossego aos políticos. O povo, embrutecido, ignorante e estupidificado, rezava o terço, ouvia fado e, aos Domingos à tarde, de ouvido colado ao degradante rádio de pilhas, gritava pela sua equipazinha favorita. Se repararmos, os Efes voltaram, para grande alegria dos actuais políticos. Já há pastores a caminhos dos altares, Nuno da Câmara Pereira continua ao nível a que nos habituou e o meu vizinho Manecas chora lágrimas sentidas quando lhe elogio o Benfica antes de lhe pedir dinheiro emprestado. Governo e Oposições (ainda há?) batem cada vez mais na mona do Zé, mas o Zé (re)começa a pensar que tudo isto é, mais do que o destino, a vontade expressa de Deus.
Parem Portugal. Quero descer.

Distraídos crónicos...


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