Continuo e continuarei a escrever fugindo à maior ofensa dos
últimos 100 anos à Língua Portuguesa, nossa Pátria e porto de
abrigo. Escrever como nos obriga o tristemente célebre acordo
ortográfico é escrever mau Português, é curvar a espinha aos
países que nem se deram ao trabalho de promulgar essa coisa, é
ficar reféns de interesses obscuros e manhosos, desrespeitando a
língua e, consequentemente, quem a escreve de acordo com a correcção
que ela merece. O que farão os alunos que foram apanhados a meio
deste processo? Estarão todos os livros que comprei (e que escrevi)
obsoletos? Mal escritos? Fossilizados? Bem como tudo o que se
escreveu até agora, de forma correcta e coerente com as origens
latinas e gregas do português? Então somos nós que nos temos de
adaptar à grafia dos outros países de língua portuguesa,
ex-colónias que já nada têm a ver connosco? São eles agora os
nossos colonizadores? Era o que mais faltava!
Não. Não escrevo. Não escreverei. Fui ensinado por grandes
professores a não escrever com erros ortográficos. Prendam-me, se quiserem.
In "O Montemorense", Junho de 2015