Se os cidadãos com menos escolaridade arranjam emprego mais depressa, porque serão sempre pagos abaixo de um cidadão com curso médio ou superior, o que é que eu e os outros professores andamos a fazer nas nossas escolas?
Ideias velhas, recicladas a bem do ambiente intelectual português. (E algumas intimidades partilháveis)
quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012
terça-feira, 21 de fevereiro de 2012
Ninguém manda em nós?
O primeiro-ministro de Portugal não autorizou o tradicional feriado de Terça-feira de Carnaval. Teve receio que os elementos da Troika, hoje por cá, em plena vigilância, lhe dessem tau-tau?
Ele não autorizou mas... ganhou o mesmo.Anda toda a gente nos desfiles carnavalescos. Isto não será desobediência civil? Ninguém é detido? Ninguém leva processos disciplinares? Fiquei confuso.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012
domingo, 19 de fevereiro de 2012
Um grande profeta
Li há muito tempo um livro de um senhor inglês chamado George Orwell, Animal Farm (1945), O Triunfo dos Porcos, na primeira, e pessimamente traduzida, versão portuguesa. A pequena relíquia é metaforicamente uma clara crítica aos governos totalitários comunistas e não comunistas do pós Segunda Guerra Mundial e conta a história de uns animais que, sendo maltratados pelo dono, decidiram revoltar-se e criar eles próprios um governo, com leis e tudo, e até com um hino em honra do dia da revolução, ficando os Porcos assumir o comando e a governação da Quinta.
“Quatro pernas, bom, duas pernas, mau” era o lema que os animais entoavam nas suas manifestações e reuniões, querendo ver longe da quinta o homem que tanto os tinha explorado e dando a entender que nunca mais queriam voltar a um passado de dominação e desrespeito pelos seus direitos mais básicos e pelas suas garantias mais sagradas e fundamentais.
Esta sátira política termina assim, depois de o lema ter sido alterado ao longo da história, consoante as necessidades dos governantes: “Os animais que se encontravam lá fora olhavam do porco para o homem, do homem para o porco e novamente do porco para o homem, mas era já impossível distinguir uns dos outros.”
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
Um quase sem-abrigo
O senhor presidente da nossa ainda dita República anda aflito com as finanças e contou aos portugueses que não sabe se o seu salário e pensões dão para cobrir as despesas lá de casa. Fiquei três dias a rir. Primeiro, porque pensei que ele estivesse a contar uma anedota; mas, depois, vi que não, e ri-me, mas de comiseração por tão patético desabafo da mais alta figura do nosso Estado-cada-vez-menos-democrático. O senhor quando não está a comer bolo-rei, dá-lhe para estas baboseiras. Dêem-lhe bolo rei! Dêem-lhe bolo-rei!
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Um verdadeiro paizinho
“Não sejam piegas”, disse o senhor primeiro-ministro aos portugueses, quando estes manifestaram o seu desagrado pelas dificuldades que começavam a passar depois destes acordos com a tal Troika. “Não sejas piegas”, nem nós dizemos ao nosso filho, quando ele tem medo do escuro ou mesmo de algum colega mais velho que lhe quer chegar a roupa ao pêlo. “Não sejam piegas” é paternalista, é anti-Estado e é uma ofensa a gente crescida e responsável. Os portugueses que já têm dificuldade em pôr na mesa o pão para os que vivem lá em casa não estão a ser piegas. Estão a ser Homens e Mulheres, que jamais esperavam ouvir uma destas do senhor que nos tenta governar. Tenta, porque, tal como um certo Sócrates de má memória, continua a vender ao desbarato o país àquele ser estranho, híbrido, meio homem, meio mulher, meio Adolfo, tipo novo Big Brother dos tempos modernos, chamado Merkozi.
sábado, 11 de fevereiro de 2012
70 minutos de desconforto
Assisti à representação da peça Baqué, um texto de Carlos Marques e de Rui Pina Coelho, com base numa narrativa de Jayme Filinto sobre o incêndio que, nos finais do século XIX, destruiu um teatro do Porto, apinhado de gente. Ser espectador, num teatro, de uma peça sobre um teatro que ardeu e com lume sempre visível em cena no decorrer da representação, é provocador, é aflitivo, é perigoso para os mais sensíveis e é, sobretudo, uma noite de teatro sufocante e fora do comum. Não, caro leitor, não fui ver o Baqué à Comuna, ao Teatro Aberto ou ao Teatro da Cornucópia. Fui aqui a Montemor, à blackbox do Curvo Semedo, ver actores montemorenses e a encenação do, também montemorense, Carlos Marques.
A técnica de contar num palco de teatro uma história, cuja personagem principal é um teatro, destruído por um dramático incêndio, é uma técnica inteligente, a que os especialistas gostam muito de chamar metadrama, e que funciona em pleno. O espectador põe em prática a chamada suspensão da descrença do velho Coleridge (vão à enciclopédia mais próxima, porque eu não posso explicar tudo aqui neste pequeno espaço) e começa a pensar (tal como Alfred Hitchcok também nos fazia pensar) que, apesar de tudo ser apenas um filme, ou, neste caso, uma peça de teatro, aquilo pode acontecer mesmo e, mais assustador ainda, naquele preciso momento.
O desassossego interno é, como imaginam, intenso e permanente. Afinal, o que Carlos Marques e a sua trupe de actores mais músico residente (Catarina Caetano, apaixonei-me pela tua capacidade camaleónica de transmitir ao público tantos sentimentos contraditórios. Diz-me como consegues fazê-lo!) nos quiseram dizer é que aquilo é, afinal, e apenas, uma peça de teatro… ou não. Igualmente brilhante foi a ligação aos tempos de hoje e aos de amanhã, a crítica aos políticos que nada conseguem para levantar o país, uma ligação que eu agora faço ao livro de Orwell sobre os Porcos que começaram a governar a quinta do ditador senhor Jones, no lugar do ditador senhor Jones.
Mas a representação foi também, igualmente a alusão à história de um teatro com mais de 50 anos de idade chamado Curvo Semedo e que está, como se sabe, a precisar de tratamento sério. A Metáfora é perigosa mas a Narrativa é fidedigna.
Estivemos em Montemor, em 2012? No Porto, em 1888?
Ainda aqui estamos?
Ainda aqui estamos?
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Tesourinhos, não. Saudades.
Por insistência do meu primo Zé Manel Brejo, "obriguei" a minha mãe a encontrar esta foto histórica, localizada pacientemente numa caixa, misturada com outras "relíquias" de época. Uma foto do tempo em que as horas passavam mais devagar e quando as calças à boca de sino eram o apogeu da moda teenager. Estávamos, parece-me, em 1978. O cenário escolhido foi um portão que existia, e ainda existe, na Rua Sacadura Cabral (nas traseiras do BES), onde viveram a nossa avó Maria e o nosso avô João durante décadas.
Aqui fica: sem retoques de photoshop, sem maquilhagem, com a roupa que os nossos pais nos podiam comprar naquele tempo. Naquele bom tempo.
Modelos (da esquerda para a direita): José Manuel Brejo, o autor deste bloguezinho, Hélder Brejo e João Paulo Brejo
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Lapsus Linguae
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
Vocalidades 2012
O Coral de São Domingos, de Montemor-o-Novo, continua as comemorações do seu 25.º aniversário. Venha ter connosco!
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