“Eu não devia estar aqui. Eu devia estar
na escola, no outro lado do
oceano.”
G. Thunberg
O
fenómeno Greta Thunberg tem dividido a opinião pública e dado capas com fartura
a revistas e a jornais, e aberturas de noticiários nunca antes pensadas, quando
se trata de temas relacionados com o ambiente.
Há
os que acham toda esta movimentação um exagero e criticam a adolescente que, na
sua opinião, deveria estar na escola e não se deixar envolver em esquemas
alegadamente construídos por alguém mais poderoso. Por outro lado, temos os que
a aplaudem entusiasticamente e se juntam aos protestos, acreditando ser este o
caminho certo para despertar os líderes mundiais de modo a darem início a uma
melhor política global em termos de ambiente.
Tal como os primeiros, penso que Greta Thunberg
é demasiado jovem para andar numa barafunda destas e que sim, que em Portugal
tal não seria possível, porque a Lei obriga a que “se vá buscar o aluno a casa”
quando ele se ausenta da escola sem motivo que o justifique. Não sei se a luta
por um Planeta melhor seria aceite como justificação pela directora de turma. No
entanto, tal como os segundos, concordo que haja acções concertadas por parte
de todos os países, sobretudo os mais poluentes, para que o Planeta não avance
para a destruição total. O que a jovem em causa nos tem mostrado, valha-nos
isso, é o desconforto de alguns políticos em reacção aos seus ataques, nem
sempre muito assertivos, e a visibilidade que o tema alcançou, apesar de todas
as incoerências, discórdias e divisões.
Temos, sem dúvida, de salvar a Terra. Comecemos por
fazê-lo na nossa própria casa. Na nossa própria cidade.
(Daqui a algum tempo é Greta Thunberg que vai precisar de ser salva.)
João Luís Nabo
In "O Montemorense", Dezembro de 2019