Falar deste jogador
recém-desaparecido é falar de alguém que merece todo o nosso respeito e admiração.
É já um símbolo do país a juntar a tantos outros, das mais diversas áreas, que
se distinguiram dos demais. Assisti com respeito, e alguma emoção, às
manifestações dos adeptos. Mas também assisti, contrariado, à dor da mulher e
da família que não foi respeitada nem pelos adeptos, nem pela comunicação
social. É graças sobretudo às televisões que temos que a memória que me fica de
todos esses rituais de despedida não é a volta do herói morto ao Estádio da
Luz. É a cova fria, aberta, rodeada de gente que perdeu um ídolo mas que não
soube manter a distância necessária para garantir o respeito pela dor e o
sofrimento de uma família que perdera um marido e um pai.
Já que falei em heróis… Amália e
Eusébio são duas imagens que se confundem com a bandeira da nação e que levaram
o nome de Portugal até muito longe. Então e os outros? Julgo que, por este
caminho, vão ter de abrir-se mais vagas no Panteão Nacional.