Mas Costa não é nada disso. É um democrata, socialista e
acho que também é laico, embora o padrinho Marocas também o tenha sido e, tal
como eu, fosse à Missa de quando em vez. Bom… vamos seguir com a coisa. Costa,
que também é isso tudo, terá de levar com mais um predicativo do sujeito: Costa
é um brincalhão. Brincou com as incertezas dos portugueses, aproveitou-se do
seu cansaço pela travessia deste enorme deserto de quatro anos de roubalheira
aos seus ordenados e direitos, alertou que tudo ia ser diferente e má-na-sê-quê
e eteceteraetal... E pronto: conseguiu convencer os ceguinhos dos outros
partidos anti-coligação e espetou com a dita no olho da rua, com um Portas com
ar de virgem ofendida e com um Passos com ar de virgem (só). Isto é, obrigou
Cavaco a dizer que sim, “vais ser Primeiro-ministro”, nesta estranha democracia
onde já não governa quem mais votos tem na urna, ao contrário do que aprendemos
logo ali a seguir ao 25/4.
Portanto, e em suma, como diz um aluno meu (e diz muito
bem) e também como refere o meu filho mais velho em relação às mais diversas
situações do dia-a-dia (e refere muito bem), vem aí “outra vez arroz!” E é de
pato. E os patos somos nós. “Quem mais?”, como diria George Clooney num
qualquer anúncio ao arroz do referido palmípede.