domingo, 21 de junho de 2015

Não escrevo, não escreverei




Continuo e continuarei a escrever fugindo à maior ofensa dos últimos 100 anos à Língua Portuguesa, nossa Pátria e porto de abrigo. Escrever como nos obriga o tristemente célebre acordo ortográfico é escrever mau Português, é curvar a espinha aos países que nem se deram ao trabalho de promulgar essa coisa, é ficar reféns de interesses obscuros e manhosos, desrespeitando a língua e, consequentemente, quem a escreve de acordo com a correcção que ela merece. O que farão os alunos que foram apanhados a meio deste processo? Estarão todos os livros que comprei (e que escrevi) obsoletos? Mal escritos? Fossilizados? Bem como tudo o que se escreveu até agora, de forma correcta e coerente com as origens latinas e gregas do português? Então somos nós que nos temos de adaptar à grafia dos outros países de língua portuguesa, ex-colónias que já nada têm a ver connosco? São eles agora os nossos colonizadores? Era o que mais faltava!
Não. Não escrevo. Não escreverei. Fui ensinado por grandes professores a não escrever com erros ortográficos. Prendam-me, se quiserem.


In "O Montemorense", Junho de 2015

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