quarta-feira, 16 de junho de 2010

Ainda sobre a estapafurdez de os alunos passarem do 8.º para o 10.º ano, sem irem às aulas...


Continuo sem compreender como é possível um aluno, sem frequentar a escola, fazer exames de 9.º ano sobre matérias que deveriam ter sido apreendidas durante um ano lectivo em contexto de sala de aula, com possibilidades de discussão, levantamento de dúvidas, lançamento de novas ideias. A sala de aula continua a ser, embora alguns professores se sintam obrigados a seguir um percurso diferente, o centro nevrálgico onde acontece a aprendizagem. As visitas de estudo, os projectos de turma ou de escola, ou ainda em sistema de intercâmbio com escolas nacionais ou de outros países é, sem dúvida, enriquecedor, sobretudo pelo desenvolvimento global que pode proporcionar aos alunos. Mas, ao contrário de algumas teorias que começam lentamente a ganhar força, estas actividades nunca poderão ser o objectivo primordial da escola.

Cada vez mais nos obrigam gastar o nosso tempo a reflectir sobre as estratégias para contrariar o insucesso ou o abandono escolar. Se, noutros tempos, a escola se fechava sobre ela própria e os alunos circulavam entre muros a remoer sebentas com apontamentos já esborratados, com décadas de utilização, sem um contacto prático com a comunidade, hoje, se dermos asas a tudo o que nos exigem, a sala de aula quase deixa de ser necessária, tão pouco é o tempo que os alunos passam dentro dela. Nem oito, nem oitenta.

Quando me perguntam qual é a melhor estratégia para garantir o sucesso escolar dos alunos, a minha resposta nunca se alterou: o sucesso escolar passa, inevitavelmente, pelo estudo, pelo trabalho aturado de pesquisa e investigação, pela concentração e pelo interesse nas matérias e também (como isto é importante!) nos professores que as leccionam. Caso contrário, teremos alunos cada vez mais ignorantes e professores cada vez mais infelizes e ansiosos pela idade da reforma.




5 comentários:

Alfredo disse...

Sócras continua a destruir!

Dividir para reinar! Mandam os bitaites dos 100.000 euros para os tolos do costume ficarem escandalizados como é que com estes valores há quem receba apoios! Será que os há? Quantos são!
Mas depois em lugar secundário lá está contemplado o novo regime de cálculo dos rendimentos per capita em que uma criança só conta 0,5 e o conjugue 0,7, que não é mais do que uma forma de cortarem subsidios aqueles que realmente precisam e que nem sequer têm dinheiro no banco ou bens! Assim enquanto os tolos falam dos filhos de empresários que vão de porsche para a escola (normalmente ouviram falar, mas não conhecem pessoalmente) este bandido do sócras retira os apoios a quem realmente precisa!

Cloreto de Sódio disse...

"... E não ficará pedra sobre pedra", caro Alfredo!

Anónimo disse...

... e disse-o!
disse-o muito bem.

isto por aqui, no que toca a "cara nova", está um deslumbramento! :)
beijocasssss
vovómaria

Unknown disse...

concordo plenamente com o que dizes por isso não faço tuas as minhas palavras para não ser acusada de «Plágio» mas tenho esperança que o rumo que agora seguimos se irá inverter porque se tal não acontecer todos perdemos com isso e futuramente prderá o nsso país...

Alfredo disse...

Já não falta muito....
...para o caríssimo professor ser forçado a aceitar a entrega de testes por fax.
As estatísticas cor de rosa assim o ditam!

Distraídos crónicos...


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