sábado, 10 de dezembro de 2011

Queridos Amigos de todos os tempos e de todas as idades:


Não tenho escrito, porque os Amigos não precisam de escrever-se constantemente só porque sim. Sei que passamos muito tempo sem uma conversa, um café ou um petisco à maneira. Qualquer um de nós acaba por ter uma vida absorvida pela família, pelos problemas normais do quotidiano e pelas preocupações acrescidas que este maldito tempo de crise nos dá. No entanto, a ausência de encontros ou de telefonemas mais frequentes é, por vezes, substituída por uma ou outra mensagem no Facebook, espaço onde muitos vão estando a par dos momentos mais ou menos importantes da vida de cada um de nós. Já não é mau, apesar de tudo.

Mas sei que, se um de nós partir, lá estarão todos, com tempo suficiente, para lhe dizer adeus. É aí que, por vezes, e sem que isso signifique qualquer atitude de desrespeito, acabamos por pôr a conversa em dia. Porque nos outros dias não há tempo. Nós próprios chegamos juntos a essa conclusão tão irónica mas que é fruto dos nossos tempos: a falta de tempo. Mesmo na nossa querida “aldeia” que, disse-me alguém um dia, parece cada vez mais uma grande metrópole. Sei, no entanto, que os Amigos, de todos os tempos e de todas as idades, estão no Sítio Certo quando precisamos deles. É isso que continua a confortar-me neste Natal que se aproxima.

Termino esta carta, desejando a todos uma Consoada pacífica e feliz e votos de Coragem e de Perseverança para um Ano Novo que de novo nada terá.
Talvez em momentos de menor fartura, acabemos por estar juntos mais vezes. Há sempre o lado bom das coisas menos boas.

8 comentários:

Carlos Machado Acabado disse...

Que falta faz um «café de tertúlias» e uma tertúlia de café em Montemor!...
E, no entanto, a Fonte de Letras" prestava-se às mil maravilhas!...

Anónimo disse...

Concordo totalmente com a opinião vertida no Texto. E se me é permitido acrescentar uma ou duas ideias, fa-lo-ei.
É com muito pesar da minha parte que também constato essa realidade: não temos tanto tempo quanto gostaríamos para estar com aquelas pessoas que, ao fim ao cabo, representam, na sua individualidade, uma parte de tudo aquilo que nós somos. Cada uma delas guarda, em si, um momento da nossa vida. Os mais sortudos poderão, ver ainda, em algumas pessoas, a sua querida e perdida Infância. E é, de facto, lamentável que não possamos estar mais vezes com elas, rir mais vezes com elas, enquanto nos sentimos um pouco aquilo que, com estes tempos frios, exigentes, e irracionalmente competitivos, vamos deixando de ser: seres humanos. Seres Humanos dóceis, amáveis e gentis. Seres Humanos, simplesmente.
São os nossos Amigos (e falo, claro, daqueles que realmente merecem essa designação), nas alturas menos boas da nossa vida, que são capazes de as tornar um pouco mais fáceis. Não há preço para isso.
Quem me dera, por tudo isto, poder dar-lhes, a atenção que eles merecem. E que eles, me a pudessem dar a mim. É a eles (incluíndo o Autor deste texto) que envio votos de Paz, de Alegria, bem como o meu desejo de um Santo Natal e...um Feliz Ano (...também hesito em qualificá-lo como Novo, num sentido positivo). Abraços!

kalikera disse...

Espero estar nesse lote. E, sinceramente, só me apetece chorar, chorar e fugir. Infelizmente fugir não posso. Um grande abraço.

constancinha disse...

Quero estar na lista destes seus amigos. Gostei da mensagem.Saude para si , Belinha ,filhotes e toda a sua familia. Admiro-o e não o esqueço. Bjssssssssssssssssss

Administrador disse...

Belíssimas reflexões e, diriam os estudiosos do gênero, profundas e filosóficas, indo além donde uma crônica costuma chegar. Obrigado pelas palavras, sobretudo pelo gesto; obrigado pela foto da biblioteca que, muito gentilmente, um dia me apresentou.
Um caloroso abraço! Um bom natal e um Novo ano, porque é imperativo ser novo, porque é sempre outro o eixo da Terra, porque a intersecção tempo/espaço é sempre nova, porque a mudança caracteriza este mundo - repleto dessa nossa humanidade, imperfeita, faltante, mas gozosa de existir!

Administrador disse...

Belíssimas reflexões e, diriam os estudiosos do gênero, profundas e filosóficas, indo além donde uma crônica costuma chegar. Obrigado pelas palavras, sobretudo pelo gesto; obrigado pela foto da biblioteca que, muito gentilmente, um dia me apresentou.
Um caloroso abraço! Um bom natal e um Novo ano, porque é imperativo ser novo, porque é sempre outro o eixo da Terra, porque a intersecção tempo/espaço é sempre nova, porque a mudança caracteriza este mundo - repleto dessa nossa humanidade, imperfeita, faltante, mas gozosa de existir!

Administrador disse...

Belíssimas reflexões e, diriam os estudiosos do gênero, profundas e filosóficas, indo além donde uma crônica costuma chegar. Obrigado pelas palavras, sobretudo pelo gesto; obrigado pela foto da biblioteca que, muito gentilmente, um dia me apresentou.
Um caloroso abraço! Um bom natal e um Novo ano, porque é imperativo ser novo, porque é sempre outro o eixo da Terra, porque a intersecção tempo/espaço é sempre nova, porque a mudança caracteriza este mundo - repleto dessa nossa humanidade, imperfeita, faltante, mas gozosa de existir!

Anónimo disse...

Obrigada, amigo João Luís. Espero estar nesse grupo dos teus amigos. Só esse facto é já um lenitivo importante para o período difícil. Mas é como dizes, as crises têm também contrapartidas. O nosso lado humano, tantes vezes esquecido na vertigem do dia a dia, emerge com mais força nestas ocasiões.
Um Bom Natal para todos aí em casa.
Teresa Fonseca

Distraídos crónicos...


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