Ideias velhas, recicladas a bem do ambiente intelectual português. (E algumas intimidades partilháveis)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
quarta-feira, 21 de dezembro de 2011
Um Natal diferente
Há um ano não foi preciso escrever-te porque ainda estavas comigo. (Durante a nossa longa vida em comum só te tinha escrito uma vez ou duas, quando, há muito tempo, ainda nem havia telemóveis, fiz uma viagem pela Europa). Nunca fomos homens de recados escritos ou de sentimentos apertados pelas letras desenhadas. A palavra impressa numa folha de papel nunca teve a força das nossas conversas, a seriedade dos teus conselhos perspicazes, a ternura que usavas para com os teus netos.
Vamos fazer neste Natal o que tu querias que fosse feito: uma consoada com os que amamos acima de todos os outros. Só que, neste serão de 24 de Dezembro, vamos ter um lugar na mesa da consoada ocupado pela saudade e pela memória.
Beijos meus, da Belinha, do João Miguel, da Joana e do Pedro. E da Mãe, tua companheira de uma vida, recebe um abraço longo e forte, tecido com recordações e saudades.
P.S.: Falamos de ti quase todos os dias.
sábado, 17 de dezembro de 2011
quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
sábado, 10 de dezembro de 2011
Queridos Amigos de todos os tempos e de todas as idades:
Não tenho escrito, porque os Amigos não precisam de escrever-se constantemente só porque sim. Sei que passamos muito tempo sem uma conversa, um café ou um petisco à maneira. Qualquer um de nós acaba por ter uma vida absorvida pela família, pelos problemas normais do quotidiano e pelas preocupações acrescidas que este maldito tempo de crise nos dá. No entanto, a ausência de encontros ou de telefonemas mais frequentes é, por vezes, substituída por uma ou outra mensagem no Facebook, espaço onde muitos vão estando a par dos momentos mais ou menos importantes da vida de cada um de nós. Já não é mau, apesar de tudo.
Mas sei que, se um de nós partir, lá estarão todos, com tempo suficiente, para lhe dizer adeus. É aí que, por vezes, e sem que isso signifique qualquer atitude de desrespeito, acabamos por pôr a conversa em dia. Porque nos outros dias não há tempo. Nós próprios chegamos juntos a essa conclusão tão irónica mas que é fruto dos nossos tempos: a falta de tempo. Mesmo na nossa querida “aldeia” que, disse-me alguém um dia, parece cada vez mais uma grande metrópole. Sei, no entanto, que os Amigos, de todos os tempos e de todas as idades, estão no Sítio Certo quando precisamos deles. É isso que continua a confortar-me neste Natal que se aproxima.
Termino esta carta, desejando a todos uma Consoada pacífica e feliz e votos de Coragem e de Perseverança para um Ano Novo que de novo nada terá.
Talvez em momentos de menor fartura, acabemos por estar juntos mais vezes. Há sempre o lado bom das coisas menos boas.
segunda-feira, 5 de dezembro de 2011
domingo, 4 de dezembro de 2011
Festas Felizes
Querido Menino Jesus:
Escrevi-Te há mais ou menos um ano uma cartinha com pedidos vários, para mim, para os meus e para o meu país. Das duas… uma: ou, por seres bebé recém-nascido (quantas vezes é que já recém-nasceste?), ainda não sabias ler e nem sequer olhaste para as minhas palavras aflitas, ou, por seres um menino sobredotado, leste tudo mas achaste que havia coisas mais importantes para resolver no mundo. Se assim foi, repara, nota bem, Menino Jesus, que nada foi resolvido, nem cá, nem lá, nem em lado nenhum. Vamos acabar o ano com o país de pantanas, com a Europa de pantanas, com o Mundo sem hipótese de conserto nos tempos mais próximos.
Não sei se foi a conjuntura ou a burrice dos homens mas sei que, para este Natal, não Te peço rigorosamente nada. Não vale a pena. Até para o ano e, olha, há um tipo chamado Herodes que, mais dia, menos dia, vai começar a andar atrás de ti, porque está com medo de perder o tacho. É todos os anos a mesma cena. Por isso, põe-te a pau, Miúdo!
Um abracinho.
domingo, 20 de novembro de 2011
Goodbye, euro!
Ocupada com os seus muitos afazeres, a minha fofa confia em mim no que lhe vou transmitindo em relação ao mundo, aos seus atrasos e avanços quotidianos e, para que ela não sofra muito, lá eu vou pintando as coisas com cores menos escuras, dando, aqui e ali, uma ou outra pincelada de optimismo, saberão os deuses onde o vou buscar. Ela, que tem por obrigação profissional mostrar aos outros que o mundo não é tão mau como o pintam, se viver num espaço de felicidade contínua, tem a vida facilitada no consultório e… na vida. Quando lhe disse, a medo, mais escondendo que mostrando, que o Portugal que tanto amamos teria, provavelmente, de voltar às notas do Santo António, do Pedro Álvares Cabral e da Rainha D. Maria, ela sorriu e pediu-me: “Espera que eu já venho”.
Nem passaram dois minutos quando apareceu à minha frente, trazendo na mão esquerda um talego do pão, daqueles grandes e coloridos, inchado e pesadote. Estava cheio de notas do antigamente. Tantas que ainda hoje não fui capaz de contá-las. Na mão direita segurava um velho conversor azul e que há muito não tinha qualquer uso. A fofa olhou para mim e disse-me, com ar triunfante, perante o meu ar esgazeado: “Eu nunca confiei no euro!”
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Frau Hitler
Ando preocupado com o facto de Portugal ter de sair da zona euro… seja lá o que isso for. Ando preocupado, mas não é pelo facto de voltar aos escudos, e sim porque a Europa, e Portugal em particular, numa atitude de Yes Minister, estúpida e lambebotista, já começou a fazer tudo o que a Alemanha manda. A senhora Merkel diz: “Cantem!”. E a gente canta. A senhora Merkel diz: “Chorem!”. E a gente chora. A senhora Merkel grita: “ Paguem!” E a gente paga. A senhora (que devia fazer uma dietazita) berra: “Comam pedras!” E a gente come, em silêncio como cordeiros, inocentes e parvos. Espero ardentemente que ela, um destes dias, não se lembre de nos gritar: “Diarreia!”
Na minha ainda inocência em relação às repetições da História (já não tenho idade para tanta ingenuidade), só agora percebi que estamos perante o IV Reich. O primeiro foi quando Carlos Magno quis conquistar a Europa; o segundo, quando Napoleão quis ser dono da Europa; o terceiro quando Hitler foi dono da Europa e, agora, o quarto começou quando a senhora chanceler alemã jurou a si própria vingar a derrota de Adolfo Hitler e transformar-se num Adolfo louro e sem bigodinho (tem um pequeno buço mas… mal se nota!).
Herr Adolf, o original, que subiu ao poder com o voto do povo, sentiu há pouco, esteja onde estiver, um arrepio de alegria quando percebeu que há uma nova Blitzkrieg na velha Europa e que, desta vez, não há aliados que nos safem. Blindados? Infantaria? Aviação? Náááááá! Os métodos agora são outros, igualmente fatais. E não é preciso construir campos de concentração. Cada país em apuros vai-se, aos poucos, transformando num verdadeiro campo de morte.
O Dia D ainda vem longe, se é que vai chegar. Heil, Frau Angela!
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Conquistas
Ontem, cantou-se e declamou-se em Português numa pequena cidade chamada Västerås, na Suécia, onde o Coral de São Domingos cantou há uns bons anos.
A Vera Guita regressou recentemente àquele paraíso mas, passadas umas semanas, não aguentou as saudades. Sem hesitar, matou-as assim, como só ela sabe, "montando" ao pormenor um serão cheio de lusofonias.
Estive lá. Em espírito, porque em corpo não me deu jeito. E aplaudi até me cansar. E, daqui, do berço, abraço a Vera. As saudades são muitas. Até me apetece falar Sueco: Grattis och. .. vi ses snart
domingo, 13 de novembro de 2011
Como Aníbal
Uma gaivota chamada Otelo Saraiva de Carvalho, capitão de Abril e figura central dessa mítica e imprescindível Revolução de 1974, e esse mérito ninguém lho pode tirar, lembrou-se de sacudir o pó da farda de coronel e mandar umas bocas à boa maneira das FP-25. Disse ele, para quem quis ouvir, que quando são "ultrapassados os limites", os militares devem derrubar o governo. Um golpe militar seria, portanto, a resposta à actual situação do país e não manifestações como a do passado dia 12.
Otelo esqueceu-se de um pormenor que faz toda a diferença. A troca de poderes não se poderá fazer agora no Quartel do Carmo, como em 1974. As tropas não poderão marchar sobre Lisboa e dominar os pontos estratégicos da cidade nem ocupar os estúdios das televisões e das rádios da capital. Otelo e os seus 800 homens (pelo menos, foi o número que o senhor atirou) lá teriam de ir de chaimite, atravessando os Pirenéus (qual Aníbal com os seus elefantes) em direcção à Europa Central, mais concretamente à poderosa Alemanha, para, em Berlim, engaiolar a senhora Merkel no Reichstag e, aí, sim, mandar uns tiros intimidatórios para forçar a senhora a entregar o poder ao povo.
Há, contudo, outro pormenor que escapou ao antigo capitão esclarecido, agora coronel com as hormonas revolucionárias estranhamente aos saltos: em Berlim, que se saiba, não há praças de touros à sua disposição.
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Pedido humilde... mas honesto
Quando a minha escola nova estiver pronta, gostava de ter, no Gabinete do Departamento de Línguas, o velho sofá que me ajudou, não poucas vezes, na procura da inspiração certa para a turma certa, bem como a grandes momentos de reflexão. Sobretudo, naquela primeira meia-hora a seguir ao almoço. Sei que é pedir muito, mas peço na mesma. O mais que pode acontecer é ouvir um "não". (Esqueci-me de referir esses momentos no meu relatório de auto-avaliação. Agora já não vou a tempo.)
sábado, 22 de outubro de 2011
A vida tem destas coisas...
AMADEUS: Tenho uma pena de não poder ir logo à tarde ao Concerto do Coral de São Domingos!!! Ainda por cima, com o João Macedo na guitarra clássica!! Não mereço uma coisa destas!
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
sábado, 15 de outubro de 2011
A Oeste nada de novo… por enquanto!
Os portugueses têm a fama de encararem as situações críticas com muita calma, assim do tipo “a gente logo vê o que há-de fazer quando for altura”. Pois eu acho que esse laissez-faire laissez passer, com que nos querem caracterizar, não corresponde, de forma alguma, à verdade. Afonso Henriques foi a primeira prova disso mesmo, transformando-se, com mais ou menos lenda, no primeiro protagonista de uma viragem na História deste território onde hoje vivemos. Depois, ao longo da nossa História, houve outros que lideraram o povo quando este, em momentos de enorme sofrimento, em situações de profundo desrespeito pela sua integridade como pessoas e como nação, sentia que já não podia mais. Depois, houve Abril, a derradeira prova, que me lembre, de que, em situações extremas, há sempre uma solução para dar volta a questões complicadas.
Há uns tempos a esta parte, Portugal e a Grécia têm andado nas bocas do mundo pelos motivos financeiramente mais terríveis. Os gregos vão para as ruas e fazem aquilo que as televisões têm mostrado. Os portugueses, fazendo jus à sua fama (com a qual eu não concordo), ficam em casa, de pantufas, nas calmas, a ver onde param as modas. E por cima deles passaram, nesta última década, Guterres e Barroso, Santana Lopes, Sócrates e Passos Coelho, para não falar de dois inócuos presidentes da república que levaram os seus mandatos a fazer discursos com base no nhã-nhã-nhã, nhã-nhã-nhã, e tal e mánasêquê. E eles, nós, os portugueses, sem tugir nem mugir, chupados até ao tutano.
As estratégias governamentais para reduzir as despesas e para cumprir o combinado com os troikos estão a asfixiar a classe média e a estrangular definitivamente os grupos sociais com menos recursos. Os cortes constantes nos salários, o aumentos do IVA, o aumento de outros imposto só podem levar muitos portugueses à ruptura financeira. Neste grupo não estão, naturalmente, muitos governantes e ex-governantes (como está senhor Vara? Como vai senhor Pina Moura? E o senhor, como se encontra, senhor Dias Loureiro?) que olham o futuro pessoal sempre com muito optimismo.
A Oeste nada de novo. Por enquanto. Não sei o que poderá acontecer, quando quisermos pôr pão na mesa e os nossos governantes não nos permitirem esse gesto tão natural como necessário.
Eu digo que não sei… mas sei. E o meu caro e paciente leitor também sabe.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
O bicho da madeira
Quando, nos últimos dias de campanha, Jardim apareceu na televisão, tentando manter o habitual à-vontade, um certo ar de capataz, de quem manda em tudo e em todos, fiquei com a sensação de estar a ver um político nos derradeiros dias do seu consulado. Se o Império Romano implodiu, aquela pequena ilha está, indubitavelmente, sujeita ao mesmo. É a História que o diz.
Algum colunista, que não eu, virá ainda falar numa tal cadeira que se partiu no momento certo, vítima de um tal bicho da… madeira.
quarta-feira, 12 de outubro de 2011
quinta-feira, 6 de outubro de 2011
domingo, 2 de outubro de 2011
"púcaros que nunca são velhos"
Do texto de apresentação retirámos este excerto ilucidativo do interesse da iniciativa e também para aguçar o apetite dos interessados por estas temáticas ligadas à arqueologia local:
"É conhecida a presença de um oleiro, em 1387, habitante da vila intra-muros, podendo, no entanto, especular-se se possuiria a sua oficina no mesmo local da sua habitação ou não. No entanto, por norma, os mestres de olaria estabeleciam a sua actividade industrial junto das periferias dos centros urbanos devido à poluição que produziam durante o processo de cozedura das peças cerâmicas. Dessa forma, sabe-se que, durante o século XVI e posteriores, os oleiros estabeleciam as suas oficinas no arrabalde, mais especificamente na Rua dos Oleiros, actual Rua de Santo António, e na sua contígua - Rua do Pedrão.
Sabe-se que o barro era extraído de algumas zonas específicas, particularmente e de entre outras, da encosta da vila intra-muros (extracção essa que a Câmara viria a proibir em 1657, com direito a multa de 1.000 reis), assim como do Rossio.
A importância que Montemor-o-Novo adquiriu como centro de produção oleira viria a resultar numa classe oleira com um significativo poder económico dentro da localidade, manifestando-se na posse de propriedades rústicas e urbanas. Este poderio financeiro originaria verdadeiras “dinastias de oleiros” em Montemor que, como refere Jorge Fonseca, é exemplo a família Álvares e/ou Alves, com referências documentais que a ligam, através de cerca de duas centenas e meia de anos, ao ramo da olaria (....).
As peças em Exposição
Ao longo dos anos, em Montemor-o-Novo, as escavações arqueológicas desenvolvidas na antiga vila intra-muros, assim como fora do recinto amuralhado, mais precisamente no Convento de São João de Deus, têm vindo a revelar alguns exemplares desta antiga técnica oleira montemorense.
(...) Particularmente, o acervo aqui em exposição é todo pertencente a campanhas arqueológicas do Castelo de Montemor-o-Novo referentes aos anos de 2005, 2007 e 2009. A campanha mais profícua em cerâmica de produção local foi a de 2009, mais concretamente o espólio resultante de um silo cujos materiais se situavam cronologicamente entre o século XIV e XV. São daí resultantes, das peças em exposição, o jarro, e os dois cântaros pequenos identificados com os n.º de inventário: MNCAST [7/09] 0117; MNCAST [7/09] 0118; e MNCAST [7/09] 0119. (...)"
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