Não respondi, porque sei de antemão que, naquela fase do dorme-não-dorme, ela, com a rabugice do sono, nunca me dá razão. Mas fiquei a pensar que o primeiro-ministro, com a polémica que já o enlameou, devia ter reagido assim que o denunciaram. Que deixou passar muito tempo até que esclarecesse (ou não) toda a situação relacionada com a sua ligação à Tecnoforma. Que houve tempo de sobra para muita especulação e que esta trouxe ao de cima muitas verdades e muitas mentiras. E, depois, aquela coisa da prescrição dos alegados crimes funciona como a absolvição do padre após a confissão dos pecados. Há perdão, pois há, mas o mal está feito.
Quando comecei a sentir o pensamento cada vez mais longe de Passos, dos seus amigos e da sua falta de transparência, ouvi a fofa, numa lamúria, já mais para lá do que para cá: “Já sei: o nosso primeiro-ministro podia muito bem arranjar um part-time como primeiro-ministro das Berlengas. Sempre sacava uns euros extra, caso fosse preciso devolver alguma coisa!”
Depois disto, ouvi um ronronar suave e pausado, sinal de que tinha, finalmente, partido nos braços de Morfeu. Aleluia.
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