quarta-feira, 15 de abril de 2015

PET? What for?


Andam para aí uns exames que me causam alguma espécie. Não me parece muito lógico que alunos da disciplina de Inglês das escolas de Portugal se submetam a um exame para aferir do seu grau de competência Oral e Escrito naquela língua. Sinto que tanto a empresa organizadora da coisa – o Instituto Cambridge – como o Estado português que se lhe associou estão a passar, deliberadamente, um atestado de incompetência aos professores de Inglês deste país e, isso, por muitas voltas que lhe dê, não consigo admitir. Mais: desde quando precisam os professores de Inglês de se submeter a uma prova, supervisionada pelo Instituto Cambridge, para atestar da sua competência para corrigir esses tais exames que me andam a causar espécie? Isto acontece no meu país, porque as instâncias que me são hierarquicamente superiores o fomentam e permitem. Cá para mim, há aqui qualquer história mal contada. Ou, então, estão todos a ficar completamente insanos.
Além do mais, não vejo utilidade num diploma a certificar essas competências, se os alunos, (sobretudo os de 9.º ano) ainda têm de passar mais algum tempo na escola até poderem aceder a um emprego ou à universidade, tornando-se aqui, de facto, importante sabermos o seu grau de proficiência… Até lá, os diplomas pagos pelos pais ficam fora de prazo e os bolsos, dos pais, ficam um bocadinho mais vazios. Gostava de reflectir sobre a posição dos sindicatos em relação a esta questão (se é que a têm) e, principalmente, saber qual é o papel da Associação Portuguesa de Professores de Inglês no meio de tudo isto. Em suma: quem é que anda a ganhar dinheiro à custa dos nossos alunos e porquê. Vamos continuar assim? Vamos? Ninguém é Charlie?


In O Montemorense, Abril 2015

2 comentários:

Anónimo disse...

Está tudo a ficar insano, como dizes! É só absurdos que nos aparecem à frente!
Teresa Fonseca

kalikera disse...

Amigo João,
O Mundo gira sobretudo à volta do negócio - e nem a Igreja se atreverá a dizer que é ao contrário. Só temos que ser suficientemente não escrupulosos para arranjarmos o nosso. Logo, sou um teso.

Distraídos crónicos...


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