As aventuras de final de ano lectivo
repetem-se com a
rapaziada a cumprir o calendário dos testes derradeiros, trabalhos, pesquisas e
apresentações. E é igual também o grau de preocupação dos pais e encarregados
de educação que querem legitimamente que os seus filhos passem de ano,
progridam no conhecimento e, consequentemente, se preparem para o novo ano que
vem já ali. Mas nem sempre as coisas são assim. Se há alunos que se dedicam ao
trabalho com empenho e algum sacrifício, muitos, direi mesmo a maioria, usam da
cultura residual que vão acumulando ao longo do tempo e fazem-na render o
melhor possível, bastando para isso a sua assiduidade e a atenção nas aulas.
Num terceiro grupo, há os alunos que não
querem mesmo passar de ano nem se preocupam em aumentar os seus conhecimentos,
práticos e teóricos, recusando até a aprendizagem seja do que for. Não entendo
por que motivo a lei continua a obrigar estes alunos a esta violência diária
que acaba por não ser nem compensadora nem motivadora para os restantes agentes
de ensino. Há leis que deviam mudar. Ou então que se mudem as vontades e que
esses alunos aproveitem ao máximo as oportunidades que lhes são dadas. Um dia
poderá ser tarde.
In "O Montemorense" , 20 de Maio de 2015
Foto: Henrique Gabriel de Carvalho
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