Sim,
ando pelo Facebook
para escrever o que me parece que devo, para provocar discussões,
para dar recados, para abraçar amigos e para despachar os que pensam
que o são mas não o são. Mas isso sou eu, que não tenho qualquer
responsabilidade política na minha cidade e no meu concelho. Porque
se eu tivesse responsabilidade política na minha cidade e no meu
concelho, não utilizava o Facebook
para defender posições que, decerto, deveriam ser defendidas em
sede própria, nem para divulgar questões de teor pessoal sobre a
família e os amigos, provocando, tantas vezes, momentos de
constrangimento a quem lê, muito menos para questionar adversários
políticos sem que eles possam reagir num ambiente franco e
transparente, como se pretende que sejam os ambientes de troca de
ideias, ou até para acusar e defender a esmo pessoas e ideologias,
sem medir as consequências políticas de tais desabafos. Se eu
tivesse essas responsabilidades políticas, não usaria esse veículo
como jornalinho pessoal, para espalhar intrigas, escarafunchar
questiúnculas, reabrir feridas, espalhar desamores como se eu fosse
um cidadão comum, iguais aos demais, sem responsabilidades políticas
na minha cidade e no meu concelho.
Se
há uma questão que alguns políticos da nossa cidade ainda não
entenderam, após tantos anos de democracia e de governação livre,
é a necessidade de uma atitude
de estado. E
parece-me que, com os exemplos dados todos os dias pelo actual
Presidente da República, não é tão cedo que o vão entender.
À
vontade não é à vontadinha e mais vale cair em graça do que ser
engraçado, já me dizia o meu velho e saudoso Pai, sempre atento e
amigo,
.
João Luís Nabo
In "O Montemorense", Novembro de 2016
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