Todos os meses são bons para discutir o tema que se tem avolumado
em cima das secretárias dos professores e sobre as mesas de trabalho na casa de
cada aluno. Os trabalhos de casa andam na ordem do dia. Se concordo com os tão
célebres e badalados TPC’s? Concordaria se prevalecesse o bom senso e houvesse
uma articulação entre os docentes, de modo a não prolongarem os longos dias que
os alunos passam na escola em mais duas, três ou quatro horas de ocupação
intelectual, em casa, envolvendo pais, tios, avós e explicadores.
É por isso que eu, no exercício da minha profissão, muito raramente (quase nunca) mando trabalhos para casa. Porquê? Porque os alunos têm de gozar momentos de pausa e descontracção, quer sozinhos, quer com os amigos e com a família e porque nunca sei quem é que vou ter de avaliar nestas circunstâncias: se o aluno, se o pai, se a mãe, se ambos, se a avó ou até mesmo se o primo afastado, poeta de longo curso, acabadinho de regressar de Espanha, depois de umas férias merecidas em Benidorm.
João Luís Nabo (In "O Montemorense", Março de 2017)
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