A Fofa continua sensível ao que a rodeia e hiper-super-mega atenta às
minhas tentativas de escrever mais umas coisas, não vá eu ofender algumas
virgens, tão virgens como eu em determinados assuntos e em determinadas
práticas. Deixou-me de boquinha aberta, há bem pouco tempo, esta Fofa de uma
figa. Disse-me ela, com ar pensativo, num destes dias ao serão, depois de
enfiado o pijama e ajeitadas as pantufinhas: “O menino acha que me posso
candidatar às próximas legislativas, para poder vir a ser primeira-ministra
como a D. Assunção?” Sem acreditar no que estava a ouvir, respondi-lhe,
animado, mas sério: “Claro que podes. Arranjas-me um cargo fixe, uma
direcção-geral, uma secretaria de estado, um ministério, só para eu fazer uns
projectos e umas cenas e assim?” Houve um momento pesado, de silêncio
pesado, mesmo. Levantou o sobrolho, escancarou-me os olhos e respondeu: “Ficas
com o cargo de Primeiro Damo.”
Já nem acabei de ver a novela.
Cama com ele. (Ainda hoje não lhe dirijo palavra.)
In "O Montemorense", Março de 2019
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