Os ataques criminosos contra
pessoas e bens, tanto no nosso país como no
estrangeiro, revelam a “era da paranóia” (Oh, Teresa Brennan, de vez em quando,
ando a falar nisto, o que não é bom sinal) em que nos obrigam a viver. Obrigam
os políticos, as religiões e o vazio que preenche a vida e o cérebro de tanta
gente. Não tens nada para fazer logo à tarde? Tiveste uma infância infeliz? Viveste
uma adolescência tardia? A escola não é do teu agrado? A tua namorada deixou-te
porque lhe deste duas bofetadas? Então, pega numa arma e começa a despachar
pessoal, de fio a pavio, como se não houvesse amanhã. Depois, algum causídico
há-de arranjar forma de passares por maluquinho e vítima do sistema que te
consumiu.
João Luís Nabo
In "O Montemorense", Março 2019
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