Deixar passar em
claro este momento que todos atravessamos seria dar provas de um total
desinteresse e banal despreocupação pela nossa vida social, económica, cultural
e política – sim, todos somos políticos –, logo agora que o futuro do nosso
concelho está seriamente em jogo. Nunca, em quarenta e sete anos de democracia,
tivemos diante de nós tantas variantes partidárias, um tão largo número de
nomes que se afirmam defensores legítimos de Montemor e das suas gentes, tantos
políticos, com e sem experiência, uns mais antigos, outros recém-chegados, a
quererem melhorar as nossas vidas e as vidas dos que virão depois de nós.
O leque de
tendências abriu-se muito mais do que em todas as autárquicas anteriores. É
extraordinária a quantidade de jovens que vieram a terreno, presencialmente ou através
das redes sociais, apresentar o seu projecto político para Montemor, município a
viver sob a égide do Partido Comunista deste Abril de 1974. Quando muitos de
nós afirmámos criticamente que a malta nova não quer saber de política, essa
presunção é, hoje, facilmente rebatível quando tomamos consciência do interesse
manifestado por tantos jovens no futuro do concelho. Tal facto deixa-me
orgulhoso, mais descansado e leva-me a reformular algumas ideias que tive no
passado sobre este tipo de candidaturas.
Todos os partidos e movimentos, sem excepção,
podem e devem avançar com ideias, propostas, planos para que Montemor seja uma
terra e um concelho mais atractivos, com mais postos de trabalho, com mais indústria
e comércio, sem medo de uma maior abertura ao exterior e aos que, vindos de
fora, tenham capacidade e qualidade para deixar aqui a sua pegada de progresso
e de confiança. No fundo, queremos tão somente que o candidato vencedor dê
provas de mais interesse e de mais respeito por todos aqueles, internos e
externos, que gostariam de fazer de Montemor o seu porto de abrigo, a terra preferida dos seus filhos e netos.
Todos os que se
vão apresentar diante de nós no dia 26 dizem amar Montemor com uma paixão sem
limites e até os que não são de cá, os que nem sequer conhecem a Travessa das
Farizes ou a Rua de São Vicente, se afirmam amantes desta pátria de santos e
heróis. Pois bem. Também eu amo esta terra. Mas eu amo mesmo. Não é só de agora
este meu arroubo de romantismo. É de sempre. E, como tal, não vou gostar de a
ver maltratada e usada apenas por questões bacocas de poder ou protagonismo. Tal
como os montemorenses que aqui vivem, e os que se encontram espalhados pelos
quatro cantos do planeta, não quero o nome de Montemor nas bocas do mundo pelas
piores razões.
Sei que há
soluções. Sei que há futuro. Sei que há dinheiro. O próximo presidente da
autarquia montemorense terá uma dura tarefa que é a de colocar o concelho no
sítio que merece. Não gosto do senhor Trump. Nem das suas políticas. Nem das
suas paranóias arrogantes. Nem dos seus tiques afascizados. Mas há uma
frase que ouso adaptar e deixar à laia de conclusão: Montemor em primeiro
lugar! Primeiro que as vaidades pessoais (e há por aí algumas). Primeiro que os
interesses dos primos, dos tios e dos amigos. Primeiro que o partido que elegeu
o candidato.
Montemor em
primeiro lugar!
Já é altura!
É a hora!
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