Começo
estes rabiscos exactamente à meia-noite e um minuto do dia 14 de
Fevereiro. E nem por um segundo senti qualquer diferença. Dizem que
é o Dia dos Namorados. Nada contra. Nem contra este dia nem contra
todos os outros que se celebram, uns a propósito, outros a esmo, sem
fundamento nem mais-valias. Mas é bonito fazer-se uma festa, seja
por que motivo for.
O
que me aborrece com esta e outras celebrações é que muitas entram
em campos tão vastos que nós nunca sabemos se devemos ou não
celebrar aquilo que alguém nos “obriga” a celebrar. Não sei se
todos os casais de namorados vão celebrar este dia da mesma maneira:
com flores, bombons, beijinhos e um jantar diferente, protegido que
está o seu amor por São Valentim, que recordam à luz de uma vela
para a ocasião. Ou se alguns desses casais preferem comemorar a sua
relação de forma coerente, com mais uns empurrões, umas bofetadas
e uns nomes menos românticos à mistura, tal como fazem no decorrer
do resto do ano.
Seria
bom acabar com esta comemoração? Não. Isso seria afundar negócios
de milhões um pouco por todo o mundo, criando ainda mais desemprego
e instabilidade. O ideal é que não fosse preciso um dia para
comemorarmos o que nos move todos os dias – o amor.
In "O Montemorense", Fevereiro de 2017
Sem comentários:
Enviar um comentário